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Brasil fica em 5º lugar no ranking dos Jogos Paralímpicos de Paris e bate diversos recordes, também em medalhas de ouro

No primeiro dia dos Jogos Paralímpicos de Paris, o Brasil já conquistou medalhas na natação com Gabriel Araújo ou Gabrielzinho (ouro), Phelipe Guimarães (prata) Gabriel Bandeira (bronze) – e no atletismo – três ouros com Júlio César Agripino, Petrúcio Ferreira e Ricardo Gomes -, como contamos aqui e aqui. E não parou mais! 

Todos os dias – de 29/8 a 8/9 -, brasileiros conquistaram ouro, prata e/ou bronze nas 13 das 22 modalidades da competição em que se inscreveu. Não teve um dia sequer sem boas notícias. 

No último sábado (7/9), por exemplo, enquanto ainda dormíamos aqui no país, nossos atletas já haviam adicionado mais sete medalhas à performance paralímpica brasileira! No final do dia, eram 16 – um recorde: seis de ouro, três de prata e sete de bronze – e terminamos em 6º lugar no quadro de medalhas. 

Mas, no dia seguinte, último da competição, ganhamos mais dois ouros – Tayana Medeiros no halterofilismo (recorde paralímpico) e Fernando Rufino na canoagem – e garantimos a virada para o 5º lugar, ficando atrás apenas de China, Grã-Bretanha, Estados Unidos e França, potências mundiais dos Jogos Paralímpicos.

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E, assim, encerramos nossa participação nos Jogos Paralímpicos de 2024, com 89 pódios, superando em 17 pódios os obtidos em Tóquio (72), em 2020. 

Este foi o melhor desempenho do país na história das Paralimpíadas:
– top 5 pela primeira vez,
– recorde em medalhas de ouro (25),
– recorde em quantidade de medalhas em uma edição (com mais 26 pratas e 38 bronzes),
– recorde de medalhas em um dia (como já mencionei),
– recorde de participantes no exterior (280 atletas) e
– recorde de participação feminina.

Na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos, a nadadora Carol Santiago e o canoísta Fernando Rufino foram os porta-bandeiras do Brasil (foto de destaque).

Meta alcançada!

Para Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), esse resultado é consequência do planejamento anunciado em 2017 e de mudanças de rumo na estratégia da organização.

“Esse plano foi uma bússola ao longo dos últimos oito anos e nos guiou até aqui. Ele traz a inclusão para o centro do nosso propósito. A gente deixa de fazer a inclusão pela repercussão e passamos a tê-la em nossa missão. Mudamos a lógica do desenvolvimento esportivo. Passamos a ir até as pessoas, criamos o Festival Paralímpico, a Escolinha Paralímpica, o Camping Escolar [que reúne os destaques da Paralimpíada Escolar para um período de treinos em alto rendimento]”, contou ele, ontem (8), em entrevista coletiva na Casa Brasil Paralímpico, em Saint-Ouen, cidade vizinha a Paris.

“Criamos o caminho do atleta, que parte da escolinha e que pode culminar em um pódio como aqui em Paris. Perdemos dois anos do ciclo por conta da pandemia” [da covid] “caso contrário, teríamos mais jovens oriundos desses programas. Com os resultados dos projetos de formação, os resultados serão ainda melhores”, completou.

O planejamento do CPB projetava a conquista de 75 a 90 medalhas em Paris e, também, que a delegação brasileira se posicionasse entre as oito melhores. Meta alcançada!

Mais mulheres

Outra meta do plano era o aumento da participação feminina. Na capital francesa, cerca de 42% da equipe era composta por mulheres e são elas que trazem a maioria dos ouros brasileiros (13 de 25). Mariana D’Andrea (halterofilismo), Jerusa Geber (atletismo) e Carol Santiago (natação) estão entre os destaques.

Mais de 60% dos pódios conquistados pela China – que manteve a liderança no quadro de medalhas – foi por mulheres. “Acredito que seguindo essa lógica de oportunizar e criar condições, elas serão, cada vez mais, protagonistas e muito provavelmente vão superar os homens”, completou Conrado.

A importância do Rio 2016 

Em entrevista à EBC (Empresa Brasil de Comunicação)Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), disse que o belo desempenho brasileiro na França tem relação direta com a Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016.  

“O movimento paralímpico brasileiro aproveitou a oportunidade” [de sediar os Jogos] “para fortalecer seu legado. O Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, que é o centro nervoso desse desenvolvimento, e o aumento dos recursos” [ao paradesporto] “são fruto daquele momento e o Brasil paralímpico aproveitou como poucos”.

Parsons é brasileiro e dirigia o CPB em 2016, tendo Conrado como vice e sucessor.

Segundo a Agência Brasil, entre 2001 a 2014, por meio da Lei Agnelo/Piva – que destinava 2% da arrecadação bruta das loterias federais ao esporte -, o CPB tinha direito a 15% deste recorte (o Comitê Olímpico do Brasil ficava com os 85% restantes). 

Vale destacar que, a partir de 2015, portanto um ano antes dos Jogos do Rio, com a Lei da Inclusão, o percentual direcionado à entidade paralímpica aumentou para 37,04% e, no ano passado, o CPB recebeu cerca de R$ 224 milhões ao longo de 12 meses.

Na coletiva, Conrado afirmou que a realização do megaevento no RJ favoreceu o crescimento do Brasil no paradesporto. Mas alertou para as condições atuais de algumas das estruturas erguidas para a Rio 2016, aproveitadas tanto para o esporte olímpico como paralímpico.

“Foi muito importante, tivemos a construção do Centro Paralímpico naquele período. Se não fossem os Jogos, o centro provavelmente não teria sido erguido. Antes dos Jogos, em 2009, tínhamos oito pistas homologadas pela federação internacional de atletismo. Com os Jogos, foram realizadas construções, reformas e chegamos a ter mais de 50 pistas”. 

“Nossa preocupação de agora é que nem todas as instalações tiveram a manutenção adequada. Então, as estruturas construídas para o Rio começam a degradar. Estivemos nas 27 capitais este ano e foi desafio”.

E completou: “Nossa preocupação é que se retorne à estrutura pré-Jogos. As construções foram importantes, mas eram até necessárias mais. Como formar um atleta em um estado se não tem pista para ele competir? Estivemos observando aqui na França, e cada cidade tem uma piscina oficial de nível magnífico. Vejam quantas temos no Brasil, são cidades, capitais, que não têm”, concluiu Mizael.
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Com informações do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e Agência Brasil

Foto (destaque): Wander Roberto/CPB

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