Em meio às operações de fiscalização do Ibama no Pantanal, durante esta temporada de incêndios – que já queimou mais de 900 mil hectares ou 6% de todo o bioma – o órgão multou o dono de uma fazenda em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, por usar correntões com o objetivo de derrubar as árvores que sobreviveram ao fogo, em uma área de mais de mil hectares, que deveria ser transformada em pasto.
Foram apreendidos três tratores utilizados no crime que devastou mais de 140 hectares (o equivalente a 1,4 Km2 ou 196 campos de futebol), a área foi embargada e o proprietário multado em mais de um milhão de reais.
Em outra ação, com o auxílio de imagens de satélite, os agentes identificaram área próxima à captação de água de Corumbá – localizada entre o Canal Tamengo e o rio Paraguai -, que foi devastada ilegalmente.
A intenção dos criminosos era renovar o solo para pastagem, como sempre. Para tanto, provocaram incêndio que atingiu mais de 2,4 mil hectares. Segundo o Ibama, dois proprietários de bois e cavalos foram notificados a retirem seus animais da área, que pertencente à União.
Embargo de mais de 4,5 mil hectares
Como a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, já declarou, a maior parte dos incêndios que começaram a devastar o Pantanal antes mesmo do início do período de seca foram provocados, ou seja, são resultado da ação humana.
Assim, o fogo usado de forma irresponsável e criminosa, para ampliar pastagens, foi o grande responsável pelos grandes incêndios florestais no bioma.
Dados recentes das operações de fiscalização realizadas pelo Ibama, divulgados em 26/7, resultaram em mais de 4,5 mil hectares embargados e em cerca de R$ 2 milhões em multas aplicadas somente no município de Corumbá.
Outros pontos em que foram identificadas infrações ambientais serão objeto de novas ações fiscalizatórias, com aplicação de multas e embargos.
Parceiros
Nesta temporada de incêndios, também participam da Operação Pantanal 2024: a Polícia Federal (PF), a Polícia Científica do Estado de Mato Grosso do Sul e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
“Enquanto os combates ocorriam nas frentes de fogo, com os brigadistas, as equipes de perícia e fiscalização dirigiam-se às origens dos incêndios, a fim de identificar as causas e os responsáveis”, explica Nicélio Silva, analista ambiental do Ibama que atua também como perito do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo).
________
Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular.
Foto (destaque): Nicélio Silva/Prevfogo/Ibama
Com informações do Ibama
