*Por André Richter
Tutores de cães da raça golden retriever se reuniram neste domingo (28/04) no aeroporto de Brasília para uma manifestação em defesa da regulamentação do transporte aéreo de cachorros de grande porte. A iniciativa foi motivada pelo caso de Joca, cão de cinco anos anos que morreu durante um voo operado pela Gol, no último dia 22/04.
Promovido pelo Clube Golden de Brasília, o protesto reuniu tutores no aeroporto de Brasília em defesa do tratamento digno durante o translado dos animais.
Para a representante do clube Fernanda Machado, a manifestação se dá pelo descaso das companhias aéreas no transporte de animais domésticos de grande porte. Ela citou que são comuns casos de descuidos, como fuga dos cães durante o embarque e mortes durante o translado, como aconteceu com Pandora, a cadela que ficou desaparecida durante 45 dias, enquanto estava sob os cuidados da Gol também, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, mas que felizmente foi achada.
Tutores da cães, principalmente da raça golden retriever cobraram justiça pela morte de Joca
durante uma viagem aérea
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Tutora da Nala, uma fêmea de suporte emocional, Fernanda defende a regulamentação do transporte. “Eles tratam nossos cães como bagagem, objeto, e eles não são. Não é barato para colocar um cão em um transporte desse. O nosso grito é de socorro, de basta. A gente não quer mais isso. Precisa mudar. O transporte precisa ser regulamentado”, diz.
Raniela Resende levou seu golden chamado Oliver para a manifestação e disse que prefere viajar de carro porque não confia no serviço de transporte de pets oferecido pelas aéreas. Para Raniela, o transporte dos animais deveria ser feito em um espaço reservado dentro da cabine da aeronave.
“Eles são vida como qualquer outra. O ideal seria levar na cabine, eles são calmos. Os pequenos podem ir na caixinha”, sugeriu.
Atualmente, cães de grande porte são colocados em uma caixa de transporte e levados em um compartimento localizado no porão da aeronave. Segundo as companhias, o local é pressurizado e não oferece risco aos animais, que não viajam junto com malas e cargas. Somente animais com até 10 kg podem ser levados junto aos passageiros.
Protestos por todo o país
Tutores de pets e organizações não governamentais de defesa de animais realizaram manifestações em outras capitais do país. Em São Paulo, dois protestos simultâneos ocorreram no Aeroporto de Guarulhos – onde a morte de Joca foi registrada – e também no em Congonhas, na zona sul da capital.
Tutores levaram seus animais para os aeroportos
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
A morte de Joca
Na segunda-feira (22/04), o golden retriever Joca foi despachado pelo tutor em São Paulo com destino a Sinop (MT). No entanto, a caixa de transporte foi colocada em um voo para Fortaleza. Em seguida, o cão foi mandado de volta para Guarulhos. No trajeto de volta, ele não suportou o total de oito horas de viagem e morreu.
Após o episódio, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Polícia Civil de São Paulo passaram a investigar o caso (leia mais aqui).
Em nota divulgada após o episódio, a GOL se solidarizou e lamentou a perda do animal. A empresa também anunciou a suspensão, por 30 dias, do transporte aéreo de animais.
*Texto divulgado originalmente em 28/04/24 no site da Agência Brasil
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Foto de abertura: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil