Apesar de homologada em 2007 e tradicionalmente ocupada pelo povo Parakanã (452 pessoas), além de povos isolados, a Terra Indígena Apyterewa, localizada no Pará, sempre foi a mais desmatada da Amazônia brasileira. Agora, não mais!
De outubro a dezembro do ano passado, o território passou por longa e tensa ação de desintrusão dos invasores ilegais, determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e realizada pela Funai com o apoio de órgãos como Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional.
Durante a operação, os órgãos federais tiveram que vencer desafios logísticos gigantescos como remover 60 mil bois da área, transformada durante décadas num “condomínio ilegal de fazendas”, como contou Christina Wippich Whiteman, analista ambiental do Ibama, ao site Sumaúma. “Mais de 50% da Terra Indígena, se olhar no mapa, estava tomada por invasores. Essas pessoas tinham como principal atividade a pecuária, só que havia muita gente que vinha só para desmatar”.
O processo logo começou a ‘render frutos’ como a redução do desmatamento, que chegou a 0%. Mas, com essa boa notícia, veio também o abandono de cães e gatos – de acordo com o Ibama, trata-se de uma “exorbitante quantidade” -, que viviam com os grileiros e foram abandonados.
As casas em que moravam foram demolidas e eles passaram a vagar sem rumo, em busca de algum abrigo nesse cenário destruído.
Equipes de resgate como o GRAD – Grupo de Resgate de Animais em Desastres foram acionadas e atuam na região para cuidar desses animais e ajudar para que consigam um novo lar, em parceria com o Ibama, o Fórum de Proteção e Defesa Animal, entre outras organizações.
Hoje, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, deixou um comentário de apoio ao GRAD no post que reproduzimos no final deste post: “Parabéns pelo cuidado com todos os animais. A união de esforços pode fazer a diferença”.
Além de garantir a saúde de todos – a partir de exames e medicação, quando necessária -, veterinários e brigadistas encaminham para castração e providenciam abrigos temporários, até que sejam adotados.
Como adotar
É bom destacar que o local onde eles se encontram não é nem pode ser impedimento para a adoção dos cachorros (gatos não fazem parte do catálogo da campanha). Tudo está sendo facilitado ao máximo nesse sentido.
Para os interessados de localidades próximas, como os municípios adjacentes à TI – Tucumã, Ourilândia do Norte e São Félix do Xingu – a campanha conta com transporte terrestre.
Para atender os adotantes de municípios mais distantes, o transporte depende de parceiros e de órgãos governamentais, além de organizações da sociedade civil locais.
E, para aqueles que moram em outros estados, os animais poderão ser encaminhados pela empresa aérea GOL, que se disponibilizou a não cobrar frete para transportar os animais.
Para adotar, entre no site Adote Apyterewa e escolha o cachorro que mais mexer com seu coração. Eles estão todos descritos na página, com foto, e poucos foram adotados até agora.
Ajude a compartilhar a campanha. A seguir, assista ao vídeo gravado pela médica veterinária Lívia sobre a situação dos animais e atenda seu apelo: “Não compre! Adote”.
Fotos: reproduções do site da campanha