Entrou em vigor hoje na França uma lei aprovada em 2021 que proíbe voos domésticos de curta duração, com menos de 2h30, que podem ser realizados por trem. O objetivo é reduzir as emissões de carbono geradas por viagens de aviões.
“Este é um passo essencial e um símbolo forte na política de redução das emissões de gases de efeito estufa”, afirmou Clement Beaune, ministro dos Transportes, em um comunicado. “Enquanto lutamos incansavelmente para descarbonizar nossos estilos de vida, como podemos justificar o uso do avião entre as grandes cidades que se beneficiam de conexões regulares, rápidas e eficientes de trem”, acrescentou.
Apesar das boas intenções do governo, especialistas criticaram a medida porque dizem que ela não causará grande impacto, afinal serão poucos os voos que não serão mais oferecidos, como os entre as cidades de Paris e Nantes, Lyon e Bordeaux. Voos com conexões não serão afetados.
A proposta original para a lei determinava que uma duração maior, de até 4 horas, nos voos a serem substituídos por trem, e que deveriam ser banidos. Mas algumas companhias aéreas foram contra e também, alguns governos regionais do país.
Segundo a organização Transport & Environment, as rotas que foram canceladas representam apenas 3% das emissões geradas por voos domésticos da França.
Depois de sediar a Conferência das Nações Unidas pelas Mudanças Climáticas (COP21), em 2015, o governo francês lançou o plano nacional La Transition Énergétique pour la Croissance Verte (Plano de Transição Energética para o Crescimento Verde, em tradução livre), em que se comprometeu, entre outras metas, a diminuir a emissão de gases de efeito estufa (aqueles que provocam o aquecimento da superfície da Terra) em 40% até 2030 (em relação aos índices de 1990) e 30% a dependência aos combustíveis fósseis (gasolina, diesel e carvão).
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Foto de abertura: south.jets/creative commons/flickr
Parabéns para a França!