Mesmo que você não seja fã dos Guardiões da Galáxia, dos estúdios Marvel, vale assistir e divulgar o terceiro filme da saga, que entrou em cartaz no início deste mês em cinemas de todo o país e acaba de receber um prêmio.
Na verdade, o agraciado foi seu roteirista e diretor, James Gunn, devido a cena em que o personagem Rocket Racoon (dublado pelo ator Bradley Cooper), que é um guaxinim, aparece sendo submetido a testes de laboratório no passado, antes de integrar os Guardiões. Foi por causa dessa tortura que ele ganhou habilidades especiais.
A história de Rocket ainda não havia sido apresentada em detalhes: ele descobre que foi transformado numa “máquina de matar”.
Além de expor seu sofrimento, o novo filme lembra que há muitos animais que passam por esse tipo de experimento. E nos convida a acompanhar a vingança do personagem contra o Alto Evolucionário (Chukwudi Iwuji), responsável por sua dor e traumas, com direito a final feliz para animais que aguardam um destino de mutilações e morte, presos em gaiolas.
Montanha-russa emocional
Para a organização PETA – People for the Ethical Treatment of Animals (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), a mensagem do filme contra prática tão monstruosa o transforma em uma “obra-prima dos direitos animais”. Por isso, concedeu o prêmio Not a Number a Gunn, pela “defesa inabalável” dos animais.
Para a presidente da PETA, Lisa Lange, “através de Rocket, James Gunn colocou rosto, nome e personalidade nos milhões de animais vulneráveis que estão passando por experimentos similares neste exato momento”.
Em nota publicada em seu site, a organização destaca que o filme “leva os cinéfilos em uma montanha-russa emocional enquanto expõe os problemas dos testes em animais. O roteiro de Gunn não foge do difícil (mas bastante comum) tema e nós estamos emocionados por ter uma história sobre empatia pelos sentimentos de todas as vidas e seres”.
E acrescenta que seu ativismo ganha uma importância maior devido ao tamanho do público impactado pela Marvel, que “revela o passado de Rocket enquanto abre os olhos dos cinéfilos para os horrores dos testes em animais”.
Como os amigos de Rocket – Lylla, Teefs e Floor (veja o vídeo no final deste post) -, “a maioria dos animais usados em laboratórios são mortos depois de uma vida inteira de sofrimento. Mantidos em gaiolas apertadas, muitas vezes sozinhos, são mutilados, infectados com doenças, propositalmente criados para sofrer em condições debilitantes, forçados a suportar diferentes procedimentos dolorosos, trancados em dispositivos de contenção, bombardeados com estímulos por períodos prolongados e frequentemente sem alimentação adequada”.
O texto da organização ainda lembra que uma das personagens do longa, Nebulosa, faz uma declaração muito importante: “usar animais em experimentos é ‘pior do que qualquer coisa que Thanos fez’ e isso precisa acabar”.
É, portanto, urgente entender que “os animais torturados em laboratórios são seres sencientes e não os números tatuados neles”. Esta é uma prática comum nos laboratórios, que ajuda na dissociação dos experimentadores do ser que eles estão torturando.
E há mais um dado importante (e abominável) a respeito desse método: “Embora os Institutos Nacionais de Saúde gastem quase US$ 20 bilhões por ano em financiamento para testes em animais, estudos mostraram que 95% de todos os novos medicamentos seguros e eficazes em animais falham em testes clínicos em humanos porque são perigosos”.
A seguir, assista ao vídeo produzido pela PETA sobre o filme e, em seguida, o trailer oficial:
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Fotos: reproduções do filme