Este é um fenômeno natural, mas que continua intrigando cientistas década após década. Nesta primavera, em alguns estados do centro-leste dos Estados Unidos, bilhões de cigarras vão deixar seu período de hibernação, após 17 anos, e criarão asas, farão muito barulho, farão sexo e morrerão em poucas semanas. Nada demais, afinal este é o ciclo de vida da espécie no país, todavia, por que exatamente 17 anos? Ninguém sabe exatamente.
Durante seus primeiros 17 anos de vida, esses insetos vivem embaixo da terra, sugando as raízes de árvores para se alimentar de açúcares. Mas ao passar essa década e meia de existência (mais dois anos), ao começar a primavera, quando a temperatura do solo atinge cerca de 17oC, elas estão prontas para emergir e viver sob a luz do sol.
Ao ar livre, se transformam. Deixam para trás sua carapaça de larva e ganham um “novo corpo”, com asas. Estão prontas para ir em busca de um parceiro para se reproduzir. É através da vocalização, um som extremamente alto, que o macho atrai a fêmea. Já ela consentirá “ao namoro” batendo suas asas.
Após poucas semanas, as cigarras morrem, mas não antes de colocar suas larvas no subsolo para garantir que em 17 anos, elas apareçam novamente ao mundo.
Os cientistas sabem que há diversos grupos de cigarras nos Estados Unidos. Em cada região do país já se documentou o ano exato que elas deixam de hibernar. Este atual é chamado de “Bando X”, segundo dados do Serviço Florestal. A última vez que ele emergiu foi em 2004. O barulho dessas bilhões de cigarras será ouvido pelos moradores de Maryland, Delaware, Pensilvânia, Indiana, Ohio e partes do Tennessee.
Também há outros bandos que hibernam por um período um pouco menor, 13 anos. Esses ocorrem em cidades dos estados do sudoeste americano
Enquanto não se sabe exatamente porquê esses insetos aparecem aos bilhões tão esporaticamente, alguns biólogos acreditam que possa ser uma estratégia de evolução. Em números tão impressionantes como esses, predadores como aves e pequenos mamíferos, não afetarão a sobrevivência das próximas gerações.
Abaixo, um documentário curto, feito pela BBC e o naturalista David Attenborough sobre mais este fenômeno incrível da natureza:
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Fotos: domínio público/pixabay