No último dia 1o de janeiro, a população da Alemanha amanheceu com mais um custo sobre seu orçamento. Entrou em vigor o novo imposto sobre emissão de carbono para empresas e indústrias do setor, que obviamente, irão repassar o aumento para os consumidores.
A nova legislação foi aprovada no final do ano passado pelo parlamento alemão e determina que companhias que comercializem produtos e serviços ligados ao segmento dos combustíveis fósseis (gasolina, diesel, gás ou carvão) pagarão € 25 (cerca de R$ 160) por cada tonelada de CO2 produzida. Em 2025, o valor passará de € 25 para € 55 por tonelada gerada.
O CO2, gás carbônico, é apontado como um dos principais responsáveis pelo aumento da temperatura da superfície da Terra e consequentemente, os impactos provocados pelas alterações no clima do planeta e o aumento de eventos climáticos extremos, como secas, incêndios, furacões, tempestades e enchentes.
O objetivo do governo da chanceler Angela Merkel é, além de reduzir as emissões de carbono de seu país e atingir as metas estipuladas no Acordo de Paris e junto à Comunidade Europeia, incentivar os alemães a investirem em um modo de vida mais sustentável, através da compra de veículos elétricos e a instalação de painéis fotovoltaicos em suas residências e empresas.
Especialistas criticam que a conta final para a nova economia verde buscada pela Alemanha caia no colo de seus habitantes. Para aqueles que usam carro, o litro da gasolina subiu 7 centavos de euro desde a última sexta-feira. E o mesmo acontecerá com os gastos em eletricidade, sobretudo num país em que no inverno os custos com aquecimento são altos e apenas proprietários de imóveis podem decidir por qual fonte de energia preferem pagar.
O governo alega que oferecerá subsídios para famílias de baixa renda e reduzirá o valor da eletricidade.
Mas não serão apenas os consumidores que precisarão fazer a sua parte. A Alemanha tem que acabar com sua dependência no carvão. Seu projeto, que muitos consideram ambicioso, é que até 2038, essa fonte de energia suja não seja mais usada no país. Ao longo dos últimos meses, algumas usinas já começaram a ser desativadas.
Em 2020, os alemães conseguiram alcançar um novo recorde e 46% da demanda energética foi proveniente de fontes renováveis. A expectativa é que esse porcentual passe para 65% ainda nesta década.
Em maio do ano passado, Angela Merkel anunciou que dará prioridade a investimentos em negócios ‘verdes’ na economia pós-coronavírus. Ela afirmou que os programas de estímulo econômico deverão focar em novas tecnologias e energias renováveis.
*Com informações da Agência de Notícias Reuters e RFI
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