PUBLICIDADE

Projeto piloto em Minas Gerais irá monitorar rede de esgoto para rastrear proliferação do coronavírus

Projeto piloto em Minas Gerais irá monitorar presença de coronavírus na rede de esgoto

*Atualizado em 30/06/20

Enquanto os números de casos de pessoas contaminadas pelo novo coronavírus, o COVID-19, já passam de 2,5 milhões no mundo e o de mortos beira os 200 mil, pesquisadores de todos os países tentam entender melhor como o vírus se prolifera para, desta maneira, ter uma melhor chance de contê-lo e evitá-lo.

No passado, estudos já foram feitos para detectar a presença de patógenos (bactérias ou vírus causadores de doenças) no esgoto, já que sabe-se que os mesmos podem estar presentes nas fezes humanas.

E agora, pesquisas similares estão sendo realizadas em relação ao coronavírus em outros países e, em Minas Gerais, será realizado um projeto piloto também para monitorar a presença do COVID-19 no esgoto de algumas regiões das cidades de Belo Horizonte e de Contagem.

PUBLICIDADE

O projeto é uma parceria entre a Agência Nacional de Águas (ANA), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e o INCT ETEs Sustentáveis, sediado e coordenado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

“Saber como está a ocorrência de coronavÍrus por regiões pode permitir a adoção de medidas de relaxamento consciente do isolamento social e ainda, pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência da COVID-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisões dos gestores públicos”, afirmou o professor Carlos Chernicaro, que é coordenador do INCT.

O especialista ressalta, entretanto, que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral). Porém, o mapeamento dos esgotos pode indicar áreas de maior incidência da transmissão, por exemplo, e ainda, no acompanhamento da evolução espacial e temporal da ocorrência do novo coronavírus .

“Nas águas e nos esgotos podemos ter informações valiosas para salvar vidas, auxiliando os órgãos de Saúde a alocarem seus esforços para combate à pandemia e ainda para entender a dinâmica da movimentação do vírus nos municípios”, destaca Christianne Dias, diretora-presidente da ANA.

——————————————————————————

*De acordo com informação divulgada em 19/06/20 pelo projeto-piloto Monitoramento COVID Esgotos, que traz resultado das amostras coletadas nos sistemas de esgotamento sanitário das bacias do Arrudas e do Onça, em Belo Horizonte e Contagem (MG), houve um novo crescimento na detecção do vírus. Com resultados das amostras coletadas de 8 a 12 de junho, o boletim aponta que, pela primeira vez, 100% das amostras da bacia do Arrudas testaram positivo para a presença do novo coronavírus.

Por sua vez, na bacia do Onça, por três semanas consecutivas, 100% das amostras resultaram positivas para a presença do novo coronavírus, segundo o boletim.

“Os resultados e as estimativas com base no monitoramento do esgoto indicam tendência de aumento expressivo da população infectada pelo novo coronavírus em Belo Horizonte. Portanto, medidas de prevenção e controle para evitar a disseminação do vírus deveriam ser intensificadas” afirmam os pesquisadores.

Leia também:
Empresas se unem para consertar gratuitamente milhares de respiradores sem uso no Brasil
Pesquisadores divulgam estudo que revela extrema vulnerabilidade ao coronavírus em 85 terras indígenas no Brasil
Eduardo Kobra cria nova obra e lança campanha para ajudar moradores de rua durante pandemia do coronavírus

Foto: domínio público/pixabay

Comentários
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Notícias Relacionadas
Sobre o autor