Assim que o óleo apareceu nas areias e mares do Nordeste, a população rapidamente reagiu e colocou sua vida em risco para limpar as praias e salvar os animais. Nós, do Greenpeace, procuramos alertar para a necessidade de que isso fosse feito por pessoas capacitadas, ou seja, com os devidos equipamentos de segurança, pois as substâncias do óleo são tóxicas.
No entanto, na tentativa de nos atacar e causar distração, nossa fala chegou a ser tirada de contexto para ser usada como a justificativa de que não iríamos colaborar na contenção das manchas, quando na verdade estávamos cobrando que a responsabilidade deste serviço deveria ser do governo, em função dos riscos envolvidos.
Agora, infelizmente, os casos de intoxicação que começam a surgir comprovam tanto a nossa preocupação quanto a omissão do governo em garantir a segurança das pessoas.
Na região do litoral sul de Pernambuco, já aparecem 66 casos suspeitos de pessoas intoxicadas com o óleo , seja com manifestações cutâneas pelo contato direto ou problemas respiratórios pela inalação do gás por ele liberado.
Como a reportagem do Intercept apontou, ao denunciar que voluntários estavam sendo explorados pela inação do governo, “o material encontrado nas praias é petróleo cru, rico em hidrocarbonetos cancerígenos. Também pode causar asfixia em altas concentrações. A curto prazo, gera problemas dermatológicos e respiratórios. A longo do tempo, pode gerar problemas neurológicos e alguns tipos de câncer, como leucemia”.
Em função disso, agora, em muitas praias só pessoas com os equipamentos de proteção individual (EPI) têm sido autorizados a atuar diretamente na limpeza de óleo na areia ou no mar. O equipamento inclui botas, luvas, macacão, máscara e óculos. Nós do Greenpeace estamos distribuindo os EPIs aos nossos ativistas e voluntários para que os riscos à saúde sejam minimizados.
Exaltamos o trabalho de mobilização que realizam, seja por necessidade ou indignação, na tentativa de reagir a essa destruição do petróleo, mas é fundamental que isso seja feito com segurança. Em muitos lugares, no entanto, são as próprias pessoas e organizações, que vêm providenciando esses equipamentos, para suprir a omissão do governo.
Muitos especialistas vêm tentando alertar a população como podem. A professora Soraya Giovanetti El-Deir, da Engenharia Ambiental da Universidade Federal Rural de Pernambuco, gravou um áudio pelo Whatsapp com várias recomendações para as comunidades locais em praias do Recife: “Precisamos suspender a alimentação de qualquer pescado marinho neste momento, e monitorar as pessoas que atuaram como voluntárias e que não estavam com EPI (Equipamento de Proteção Individual) correto. Se houver alguma alteração como insônia, dor de cabeça, mal estar ou tontura, isso significa que houve um reflexo da contaminação. O recomendável então é tomar bastante água, leite e, se os sintomas persistirem, ir até o hospital”.
*A redação do Conexão Planeta atualizou o número de relatos de casos de intoxicação pelo óleo em Pernambuco, que na matéria original do Greenpeace informava serem 17 pessoas. Ontem (31/10), a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou, por meio de nota, que o número já tinha pulado para 66.
Fotos: Mariana Oliveira (pescador volta do mar com equipamentos sujos de óleo em Japaratinga, Alagoas e voluntário com equipamento de proteção) / Pedro Tavares (pé do menino). Ambos do Greenpeace
Rogai por nós, Senhor, porque esse pão de cada dia, feito de tragédias ambientais e desastres ecológicos, não é o Vosso, mas sim, o que o diabo amassou feito de lama, óleo, água poluída e o sal das nossas lágrimas, não apropriado para nutrir os herdeiros da Mãe Terra, filhos de Deus teimosos que ainda Nele creem, sem cair na tentação do medo e da descrença porque os livrais do mal, não importa de onde venha ou quem seja o causador, livrai-nos do mal porque Vosso é o poder, assim seja, Senhor!