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Ativista sueca Greta Thunberg e movimento de milhões de jovens pelo clima ganham prêmio da Anistia Internacional

Ativista sueca Greta Thunberg e movimento milhões de jovens pelo clima ganham prêmio da Anistia Internacional

Capa da revista Time, indicada ao Prêmio Nobel da Paz, “Mulher do Ano” pelo jornal sueco Expressen.

E agora, Embaixadora da Consciência, da Anistia Internacional. Junto com o movimento que lidera, Fridays for Future (Sextas pelo Futuro), ao lado de milhões de jovens do mundo inteiro, que se inspiraram na jovem ativista sueca, para protestar contra a inação de governos para combater as mudanças climáticas, Greta Thunberg foi homenageada hoje com a nova premiação.

“Este prêmio não é meu, este prêmio é de todos. É incrível ver o reconhecimento que obtivemos e saber que lutamos por algo que está tendo um impacto”, disse a adolescente de 16 anos.

O Prêmio Embaixador da Consciência, criado pela Anistia Internacional em 2002, celebra indivíduos e grupos que promovem a causa dos Direitos Humanos, enfrentando a injustiça e inspirando outros.

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Entre os vencedores do título no passado estão Nelson Mandela, Malala Yousafzai, Harry Belafonte, Ai Weiwei, os Grupos da Juventude da África Ocidental e Central, Angélique Kidjo e Alicia Keys.

Na Europa, Austrália, Estados Unidos e Brasil,
milhares de estudantes já se juntaram aos protestos pelo clima

“Reconhecemos o esforço de pessoas que demonstram liderança e coragem únicas na defesa dos Direitos Humanos. Não posso pensar em nenhum destinatário melhor este ano do que Greta Thunberg e as Sextas-Feiras pelo Futuro”, afirmou Kumi Naidoo, secretário geral da Anistia Internacional.

“Estamos comovidos e inspirados pela determinação com que jovens ativistas em muitos países estão desafiando todos nós para confrontar a realidade da crise climática. Todo jovem que participa das sextas-feiras pelo clima nos lembra que somos mais poderosos do que sabemos e que todos nós temos um papel a desempenhar na proteção dos Direitos Humanos contra a catástrofe climática”, completou.

Greta Thunberg: inspirando um movimento global

A semente para essa grande mobilização mundial pelo clima começou em agosto de 2018. Greta Thunberg decidiu fazer uma greve solitária em frente ao parlamento sueco, em Estocolmo, sempre às sextas-feiras. Seu protesto era pelo clima. Ela argumentava que seu país precisava fazer mais. O último verão tinha sido o mais quente da Suécia, com incêndios florestais e os termômetros alcançando temperaturas que não eram registradas há 262 anos.

Para a menina, que sempre usa tranças no cabelo, ela tem uma responsabilidade moral em ser uma ativista pelo clima. E não é da boca para a fora. Desde que começou a se interessar pelo tema, ainda com 9 anos, Greta se tornou vegetariana e se nega a comprar qualquer coisa que não seja absolutamente necessária. A família instalou painéis solares em casa, tem sua própria horta e um carro elétrico, que sai da garagem apenas quando é extremamente indispensável. Em outras ocasiões, o meio de transporte preferido é a bicicleta.

A jovem sueca se tornou uma inspiração para jovens do mundo inteiro

Greta, assim como a irmã, é autista. Ambas foram diagnosticadas com a síndrome de Asperger, uma forma mais branda do transtorno. O que faz de seu comportamento e de sua luta algo ainda mais inspirador, pois as pessoas com esta síndrome podem ter dificuldade em se comunicar e interagir com outras pessoas.

Mas a jovem sueca prova que tem o poder da comunicação. E fala com propriedade. Ela foi uma das palestrantes na Conferência das Nações Unidas para o Clima, a COP24, realizada na Polônia, no ano passado, e também esteve na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Em fevereiro de 2019, ela conseguiu a garantia da União Europeia de investimento de US$ 1 trilhão no clima.

“Temos que proteger a biosfera, os seres vivos, os oceanos, o solo e as florestas. Isso pode parecer ingenuidade, mas se vocês (políticos) tivessem feito sua lição de casa, saberiam que não temos outra escolha. Precisamos focar nas mudanças climáticas. Porque se falharmos em combatê-la, todas nossas conquistas e progressos não valerão nada. E o que restará de legado de nossos líderes políticos será o maior fracasso da humanidade ”, disse perante a Comissão Europeia.

Até hoje, a pessoa mais jovem a receber um Prêmio Nobel da Paz, foi outra ativista, Malala Yousafzai, em 2014. A paquistanesa, que quase foi morta pelo grupo terrorista Talibã, luta pelo direito à educação das meninas.

Hoje, em sua página no Facebook, Greta postou mais uma foto em frente ao parlamento sueco, na 42ª semana de protesto pelo clima.

Fotos: reprodução Facebook Greta Thunberg e divulgação Anistia Internacional

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