Demorou, mas finalmente a China anunciou o fim da comercialização de marfim, após décadas de pressão e críticas do mundo todo. O país asiático, que é o maior consumidor do mundo das presas de elefantes, cedeu ao apelo de ambientalistas e governos de outras nações. Cerca de 70% do marfim vendido globalmente tinha como destino o mercado chinês.
O anúncio, feito na semana passada, afirma que até o final deste ano – 2017 -, ficará proibida a venda e processamento do marfim no país. Para a organização WWF-International, a medida representa uma “vitória monumental” em prol da conservação dos elefantes africanos. “O comércio em grande escala do marfim entrará em declínio e com isso, o futuro para os elefantes selvagens parece mais promissor”, comemorou Carter Roberts, presidente e CEO da entidade. “Com a proibição, também dos Estados Unidos, da venda de marfim, a partir do começo deste ano, dois dos maiores mercados globais tomaram medidas que reverberarão no resto do mundo “.
Em setembro do ano passado, o presidente americano Barack Obama e o chinês Xi Jinping assinaram documento conjunto em que se comprometeram a acabar com o mercado de marfim em seus países.
Na China, o quilo do marfim chega a custar mais de 1 mil dólares. Símbolo de status social, a matéria-prima é utilizada para confeccionar produtos de luxo e jóias. O marfim é usado ainda para fabricação de medicamentos da tradicional medicina chinesa.
Nos próximos três meses, segundo o governo chinês, quatro fábricas de processamento e quase 150 lojas já serão fechadas.
Estima-se que, anualmente, entre 20 e 30 mil elefantes sejam mortos por caçadores, que matam o animal para retirar suas presas. De 2007 a 2014, houve uma redução de 30% na população do maior mamífero terrestre do planeta. Isso significa que aproximadamente 144 mil elefantes foram mortos neste período.
Desde 1989, a Convenção para o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES, na sigla em inglês) proíbe a comercialização do marfim, mas só agora (infelizmente), alguns países estão adotando medidas mais rigorosas para acabar de vez com o assassinato de elefantes.
Em fevereiro de 2016, como mostramos aqui, neste outro post, Hong Kong, outro grande comprador de marfim, também anunciou o fim da venda para frear a matança ilegal de elefantes.
Em meados de 1800, acredita-se que aproximadamente 20 milhões de elefantes habitavam as savanas e florestas africanas. Atualmente, organizações ambientais calculam que restem cerca de 500 mil animais no continente, o que torna a espécie ameaçada de extinção.
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Foto: domínio público/pixabay