Mês a mês, a notícia se repete e um novo e triste recorde é atingido. Os cientistas da Agência Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA) divulgaram ontem (18/11) o boletim mensal que analisa a média das temperaturas do oceano e da superfície terrestre. Assim como em julho, agosto e setembro, o mês de outubro de 2015 teve as temperaturas mais altas registradas desde que se começou a fazer este tipo de levantamento, em 1880.
De acordo com o relatório State of the Climate, a média das temperaturas na terra e no mar em outubro deste ano foi quase 1ºC (0,98º) superior àquela registrada no século 20. Além de ter sido o sexto mês consecutivo de 2015 em que a temperatura é recorde em relação à média histórica, outubro foi ainda o mês mais quente comparado aos meses anteriores.
Quando analisados separadamente, o estudo da NOAA revela que o calor na terra foi maior do que nos oceanos. Em outubro, a temperatura da superfície terrestre ficou 1,33º C mais elevada que a média e das águas dos oceanos 0,85ºC.
A Austrália sofreu com uma onda de calor intensa. Em outubro, a temperatura no país foi quase 3ºC (2,89º) mais alta do que qualquer média mensal nos últimos 106 anos . Mesmo países localizados na Escandinávia, tradicionalmente mais fria, sentiram os efeitos das mudanças climáticas. Na Noruega, o outubro deste ano foi 1,2ºC mais quente que o habitual. Além disso, houve menos precipitação. Na Dinamarca, foi o mês mais seco – sem chuvas – desde 1972.
Também foi notada a redução da extensão da superfície de gelo do Ártico, medindo cerca de 460 mil km2. O volume é 13% menor do que a média observada entre 1981-2010. Segundo o National Snow and Ice Data Center, que usa dados da NOAA e da Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA), desde 1979, o derretimento do gelo na região não era tão severo.
Um dos principais fatores para o aquecimento global é a intensidade do El Niño, considerado este ano um dos mais fortes das últimas duas décadas. O fenômeno natural é causado pela desaceleração dos ventos alísios, que sopram na região do Equador. Sem eles, o calor se intensifica nos oceanos, já que as águas não se movimentam.
Vale lembrar que os cientistas do clima apontam que a elevação máxima da temperatura do planeta até o final deste século deveria ser de 2ºC. Caso seja maior que isso, eventos climáticos extremos, como secas e inundações, devem se intensificar e populações que vivem em áreas mais vulneráveis podem ser gravemente afetadas.
Confira o mapa com as anomalias registradas em outubro de 2015
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Foto: domínio público/pixabay
Não se preocupem. É apenas o começo.