A soja ocupa ilegalmente 47,3 mil hectares de floresta desmatada da Amazônia, revelou o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, ao apresentar o relatório da Moratória da Soja, em 10/1. A área é 27,5% maior do que o registrado na safra anterior (37,2 mil hectares) e a maior dos últimos cinco anos.
A Moratória da Soja é um compromisso de não aquisição ou financiamento de soja cultivada em áreas desmatadas do bioma, estabelecido há 11 anos (2006) pelo Grupo de Trabalho da Soja (GTS), constituído por empresas do agronegócio, organizações da sociedade civil, Ministério do Meio Ambiente e o Banco do Brasil. Ela monitora regularmente 89 municípios de sete estados do bioma.
O Mato Grosso é o estado com a maior participação no plantio de soja em áreas em desacordo com a Moratória, com 36,1 mil hectares (76,2%); seguido pelo Pará, com 7,4 mil hectares (15,7%); Maranhão, com 2,2 mil hectares (4,7%) e por Rondônia, com 1,6 mil ha (3,4%).
O governo argumenta, no entanto, que a taxa média de desmatamento observada nos 89 municípios depois da Moratória (2009-2016) é 6,5 vezes menor do que no período anterior (2002-2008) e que a área cultivada com soja na Amazônia mais do que triplicou após o início da Moratória.
Destaca, também, que de toda a soja cultivada neste bioma na última safra (4,48 milhões de hectares), pouco mais de 1% (47,3 mil hectares) ocorreu em áreas de desmatamento dentro da Moratória no último ano.
O GTS é formado por representantes do governo (MMA e Banco do Brasil), do setor privado (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais e Associação Nacional de Exportadores de Cereais) e de entidades não governamentais (Greenpeace, Imaflora, Ipam, The Nature Conservancy, Earth Innovation e WWF-Brasil).
*(1) Este texto foi publicado originalmente no site do Observatório do Clima em 10/1/2018
Foto: Greenpeace