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Yoko, chimpanzé colombiano, se adapta bem ao santuário de Sorocaba (SP): assista ao vídeo

Yoko, chimpanzé colombiano, se adapta bem ao santuário de Sorocaba (SP): assista ao vídeo

chimpanzé colombiano Yoko chegou ao Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba em 24 de março (contamos aqui) – trazido da Colômbia pelo Projeto Gap Brasil – e, em uma semana, já parecia muito à vontade no recinto de adaptação (assista ao vídeo no final deste post), onde viverá por 30 dias, antes do encontro com outros chimpanzés

Durante esse período, explora o recinto e se acostuma com cheiros e sons do lugar, incluindo a vocalização de outros primatas. No caso de Yoko, esta fase é imprescindível porque ele é um animal humanizado, que precisa se adaptar à nova vida, de preferência na companhia de outros chimpanzés, fazendo parte de um grupo deles e trocando hábitos humanos pelos de sua espécie.

No santuário, Yoko tem mais liberdade de ir e vir – num recinto de cerca de 5 mil m2 – e de se alimentar (come legumes, frutas e uma proteína animal – ovos ou carne – todos os dias) do que se estivesse em um zoológico. 

No vídeo que reproduzimos neste post, é possível vê-lo caminhar pelo recinto, depois se sentar tranquilo para saborear uma atemoia (foto abaixo), beber água e brincar com uma escova de dentes e um livro. A presença desses objetos (que fizeram parte de sua humanização) no período de adaptação ajuda no processo.

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Yoko, chimpanzé colombiano, se adapta bem ao santuário de Sorocaba (SP): assista ao vídeo
Foto: reprodução de vídeo

 Habilidade social e resiliência 

Ao contrário do que acontece com outros chimpanzés – vindos de situações de maus-tratos, por exemplo -, quando ele chegou à Sorocaba, não estranhou a presença humana, o que facilitou o trabalho de veterinários e tratadores, mas este é um comportamento que precisa ser abandonado por ele, garantindo-lhe uma vida mais feliz como chimpanzé. 

A equipe do santuário está muito ansiosa para saber como Yoko vai reagir quando começar o processo de interação. Afinal, ele ficou muito tempo com humanos, depois muito sozinho, em seguida na companhia de um casal de chimpanzés no Bioparque Ukumari, na Colômbia. “Tudo isso pode ter interferido em sua habilidade social”, explica a veterinária Juliana Kihara, que trabalha no santuário.

No entanto, a julgar por seu comportamento observado até agora, Yoko parece tranquilo e familiarizado com o ambiente, além de curioso e ativo, o que deixa todos muito otimistas. “Ele precisa perceber que a família dele são os chimpanzés. E como é um animal muito resiliente, certamente vai conseguir se adaptar rápido”, destaca Kihara.

Assim que terminar o período de adaptação (24 de abril), será iniciada uma primeira aproximação pelas janelas do recinto, que serão abertas aos poucos. Primeiro, Yoko e os outros chimpanzés poderão tocar nos dedos uns dos outros, depois nas patas, depois se verem, sempre sob orientação e observação dos profissionais.

Resgate de sua essência

Em cativeiro, chimpanzés podem viver até 50 ou 60 anos. Na natureza, 50 anos costuma ser o limite. Yoko tem 38 anos, o que significa que, em breve, ele será considerado idoso. 

Yoko, chimpanzé colombiano, se adapta bem ao santuário de Sorocaba (SP): assista ao vídeo
Foto: Santuário de Grandes Primatas / divulgação

Apesar de ter convivido com uma fêmea na Colômbia, a Dra. Juliana Kihara conta que não há registros sobre sua vida sexual, nem se teve filhotes, e explica: “Chimpanzés tirados da mãe muito cedo, não sabem como é o comportamento sexual normal, então, ele vai ter que aprender observando os outros chimpanzés. Vamos descobrir como ele é quando estiver com outra fêmea”.

Yoko certamente será muito feliz no Santuário de Grandes Primatas de Sorocaba – torcemos muito por ele -, mas nunca saberá o que é viver na natureza

Tirado de sua mãe, quando filhote, foi impedido de aprender a ser selvagem e a sobreviver nesse ambiente. Viveu a maior parte de sua vida acorrentado, do outro lado do oceano, devido ao capricho de um narcotraficante, que, para sua diversão, lhe ensinou a andar de bicicleta, fumar, assistir TV e usar roupas e sapatos. 

No início dos anos 2000, a situação se complicou para seu “dono” e Yoko foi vendido para um circo na Venezuela. Na fronteira entre os dois países, autoridades o resgataram e, a partir daí, ele passou por diversas instituições até chegar ao Bioparque Ukumari, em 2018, onde viveu ao lado de Pancho e Chita por cinco anos, e passou mais dois anos completamente sozinho. 

Yoko não poderia voltar à natureza, não só por ter sido humanizado, mas porque sua terra natal é a África e esse tipo de “devolução” não é permitido. A vida livre lhe foi negada e, apesar de sua trajetória de maus-tratos, teve sorte. Foi salvo de ser aprisionado em zoológicos e, hoje, no Brasil, tem a oportunidade de passar o resto de sua vida com liberdade, amparado, bem alimentado e ao lado de outros chimpanzés, resgatando um pouco de sua essência.

Acompanharemos sua trajetória na nova casa e contaremos sobre sua adaptação e evolução. A seguir, assista ao vídeo produzido uma semana depois que ele chegou ao santuário:

 
 
 
 
 
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Com informações do Projeto GAP Brasil/Internacional e entrevista com Dra. Juliana Kihara para TV colombiana (programa Caracol Ahora)

Foto: reprodução de vídeo

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