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Unilever adia compromisso para redução de embalagens com plástico virgem

Unilever adia compromisso para redução de embalagens com plástico virgem

Dona de 400 marcas de produtos em 190 países ao redor do planeta, a multinacional Unilever acabou de anunciar uma mudança de planos e adiou o compromisso assumido em 2019 para reduzir em 50% o uso de plástico virgem em suas embalagens até 2025. A nova meta divulgada na sede do grupo, em Londres, é diminuir apenas 1/3 até 2026. Isso implica na produção de 100 mil toneladas anuais de plástico que poderia ser evitada.

O anúncio foi bastante criticado por organizações ambientais, ainda mais porque acontece dias antes do início de um encontro, no Canadá, onde autoridades e representantes de empresas internacionais tentam fechar um acordo global para a redução do uso do plástico.

Nina Schrank, diretora da área de plástico do Greenpeace Reino Unido, disse que os chefes da Unilever deveriam estar envergonhados: “Hein Schumacher [CEO] e o seu conselho estão bem conscientes do impacto desastroso da sua poluição plástica. O tsunami de plástico que produzem todos os anos significava que as suas metas existentes já não eram adequadas à sua finalidade. Precisávamos de muito mais. E então, em vez de dobrarem a aposta, estão discretamente disfarçando o seu retrocesso e baixa ambição como pragmatismo digno.”

A multinacional anglo-holandesa teve um faturamento de 59,6 bilhões de euros em 2023. Entre suas marcas estão algumas das mais conhecidas pelos consumidores brasileiros, como Dove, Omo, Closeup, Hellmann’s, Knorr, Rexona, dentre outras muitas.

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Sob a administração de Paul Polman, o grupo tentava se tornar um líder na área de sustentabilidade, todavia, em 2019, após uma década como CEO, ele se aposentou.

Frequentemente, a Unilever aparece entre os primeiros lugares em rankings dos maiores poluidores de plástico do mundo. Numa auditoria recente feita pela organização Break Free From Plastic, na Ásia, apontou que a marca é a dona do maior número de sachês, embalagens que não podem ser recicladas, e comumente encontradas descartadas indevidamente na natureza.

No ano passado, o Greenpeace britânico já tinha acusado a companhia de produzir um volume absurdo de sachês e com isso, ser impossível alcançar a meta de redução de 50% do uso de plástico virgem. Na época, a ONG afirmou que a produção desse tipo de embalagem era de 53 bilhões de unidades.

“A Unilever está realmente jogando lenha na fogueira da crise da poluição plástica. Suas marcas como Dove são famosas por dizer ao mundo que são ‘forças para o bem’. Mas a empresa está produzindo uma quantidade impressionante de resíduos plásticos. Está envenenando nosso planeta. Não se pode afirmar que é uma empresa “com propósito” e ao mesmo tempo assumir a responsabilidade por uma poluição tão grande. A Unilever tem que mudar”, criticou Nina, em 2023.

Analistas financeiros acreditam que o corte em programas de sustentabilidade da Unilever tem como objetivo agradar investidores e minimizar a queda nos lucros. Em março, o grupo afirmou que iria cortar 7.500 empregos globalmente.

*Com informações dos site Bloomberg e The Guardian

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Imagem de abertura: Unilever

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