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União Europeia e França anunciam programa para atrair pesquisadores estrangeiros após ataque de Trump à ciência

União Europeia e França anunciam programa para atrair pesquisadores estrangeiros após ataque de Trump à ciência

Durante uma cerimônia na Universidade de Sorbonne, em Paris, na segunda-feira (05/05), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciaram o lançamento de um programa para atrair cientistas europeus e estrangeiros. Batizado de Choose Europe for ScienceEscolha a Europa para a Ciência -, a iniciativa, que tem como objetivo “ajudar a apoiar os melhores e mais brilhantes pesquisadores e cientistas da Europa e de todo o mundo”, promete investir €500 milhões, mais de R$ 3 bilhões, nos próximos dois anos.

Obviamente o programa foi idealizado após o governo de Donald Trump iniciar um ataque claro à ciência nos Estados Unidos. Desde que se instalou na Casa Branca, para seu segundo mandato, o presidente ordenou o corte a investimentos em pesquisas e estudos, a demissão de centenas de profissionais das áreas de meio ambiente, mudanças climáticas e saúde, e agora, trava um embate com algumas das principais universidades do país, como Columbia e Harvard, tentando impor regras e cercear a liberdade dessas instituições no que diz respeito à contratação de seus docentes, seleção de estudantes e produção de conteúdo. Há poucos dias, por exemplo, quase 400 cientistas, autores do mais importante relatório sobre mudanças climáticas dos EUA, foram dispensados, por e-mail, de suas funções.

Von der Leyen e Macron não mencionaram diretamente Trump, mas as críticas ficaram evidentes. “O papel da ciência no mundo de hoje é questionado. O investimento em pesquisa fundamental, livre e aberta é questionado. Que erro de cálculo gigantesco”, cutucou a presidente da Comissão Europeia. “A ciência não tem passaporte, gênero, etnia ou partido político.”

Já o presidente francês, que se comprometeu a investir mais €100 milhões no programa, quase R$ 650 milhões, ressaltou o papel fundamental da ciência na sociedade. “Não pode haver democracia duradoura sem ciência livre e aberta”, disse ele. “Se você ama a ciência, vem fazer pesquisas aqui.”

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O mundo inteiro está chocado com o que ocorre nos Estados Unidos atualmente, país que até hoje ostentava o título de ter o maior número de ganhadores de prêmios Nobel. “Não devemos minimizar o que está em jogo hoje. Ninguém poderia imaginar, há alguns anos, que uma das maiores democracias do mundo aboliria programas de pesquisa sob a justificativa de que havia a palavra diversidade em seus programas”, acrescentou Macron. “Ninguém poderia imaginar que uma das maiores democracias do mundo pudesse, de uma só vez, eliminar a possibilidade da concessão de um visto para um pesquisador.”

*Com informações dos sites Politico e France 24

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Foto de abertura: Christophe Licoppe / EC – Audiovisual Service

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