A imagem acima é impressionante. Parece montagem, mas não é. Foi registrada pelo cientista Steffen M. Olsen, do Instituto Meteorológico da Dinamarca, na Groenlândia na semana passada. O país fica na região ártica, perto do Polo Norte.
A fotografia com os cachorros levando um trenó sobre a água foi tirada no última dia 13 de junho e publicada no Twitter.
“Tivemos a difícil tarefa de recuperar nossos equipamentos oceanográficos e estações meteorológicas no gelo marinho no noroeste da Groenlândia este ano. O derretimento rápido e o gelo marinho com baixa permeabilidade e poucas rachaduras deixam a água derretida no topo”, comentaram os pesquisadores dinamarqueses.
Segundo o European Centre for Medium-Range Weather Forecasting, naquele dia, a temperatura na Groenlândia estava 22oC acima da média. Os meteorologistas estimam que a cobertura de gelo na região tenha perdido o equivalente a 2 bilhões de toneladas de água.
O mapa acima mostra a onda de calor sobre a Groenlândia
O degelo da Groenlândia é um fenômeno normal, que acontece anualmente. Todavia, ele geralmente ocorre durante os meses de pico do verão no Hemisfério Norte. O que preocupa os pesquisadores é que ele ocorreu bem mais cedo, no início de junho.
Mudanças climáticas a todo vapor
Em fevereiro do ano passado, também noticiamos aqui algo semelhante. A temperatura no Ártico estava entre 20oC e 30oC acima do normal. No que deveria ser o pico do inverno ártico, cientistas estavam perplexos com a onda de calor que se abateu sobre o continente. Na Sibéria, os termômetros marcaram 35oC além da média para o mês de fevereiro.
“Isto é uma anomalia entre anomalias. É completamente fora de qualquer registro histórico. É alarmante! É uma indicação de que haverá muitas outras surpresas se continuarmos cutucando a “besta” que é o nosso clima”, disse Michael Mann, diretor do Earth System Science Center, da Pennsylvania State University, em entrevista ao jornal The Guardian no ano passado.
Pelo jeito, a besta está definitivamente solta.
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Foto: reprodução Twitter Steffen M. Olsen
O maior problema é considerar o clima, por exemplo, como a besta. Erro cometido pelo próprio Michael Mann, diretor do Earth System Science Center.
Nós somos a besta destruidora e a nós, seres bestiais, cabe diminuir e, principalmente, regenerar o dano causado a nós mesmos, pois somos parte do macro-organismo conhecido como Terra.
Você tem toda razão, Jaylei!
O orgulho, a ganância e o poder do ser humano, está tornando o planeta insustentável.