É tudo ou nada. Um novo relatório do Greenpeace, produzido pelo Centro de Aeronáutica Alemão (DLR), deixa claro que os carros movidos a combustíveis fósseis precisam deixar de ser fabricados até 2028. Só assim conseguiremos garantir que a temperatura média do planeta não aumente em mais de 1,5°C.
Na Europa, transporte é o setor que mais contribuiu com a emissão de gases do efeito estufa (GEE) no últimos anos. Com o aumento da venda de carros e a crescente demanda por veículos maiores (como os utilitários esportivos), que emitem ainda mais gases poluentes , o cenário do futuro nos parece assustador, tipo cena do filme “Mad Max” – ou seja, uma verdadeira catástrofe ambiental.
A boa notícia é que a solução está a nosso alcance. Apesar de focado no mercado europeu, nosso relatório mostra que já existem tecnologias que possibilitam a transição, nos próximos 10 anos, de automóveis poluentes para alternativas mais limpas, como carros elétricos. Essa substituição é fundamental não somente para garantir o equilíbrio climático, como também ar mais limpo para a população.
Cidades para as pessoas
No Brasil, ainda temos um longo caminho a percorrer. Em outro estudo que publicamos em 2017 com o Instituto Saúde e Sustentabilidade (ISS) e o Professor Paulo Saldiva, descobrimos que os ônibus movidos a diesel na cidade de São Paulo são responsáveis por mais de 4 mil mortes prematuras por ano, decorrentes da inalação da fuligem que esses veículos emitem.
É por isso que temos de enterrar de uma vez por todas os veículos movidos a petróleo e diesel. A indústria automobilística tem um papel crucial na conquista de um planeta com baixa emissão de carbono. Nossas cidades precisam garantir que as pessoas possam escolher outras opções de locomoção para não serem dependentes de carros, como usar transporte público de qualidade, andar a pé ou de bicicleta. Só assim para termos qualidade de vida de verdade nos centros urbanos e garantir vida longa nesse planeta que chamamos de casa.
Leia o novo relatório completo aqui (disponível somente em inglês).
#CidadeQueFlui
*Texto publicado originalmente em 21/09/2018 no site do Greenpeace Brasil
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Foto: Barbara Veiga/Greenpeace