*Atualizado em 10/10/2019
Há cerca de uma semana, o Projeto Tamar anunciou que iria suspender a soltura de filhotes de tartarugas marinhas em Sergipe e no norte da Bahia devido à contaminação da mancha de óleo que afeta a costa de todos os estados da região Nordeste.
A mancha começou a aparecer nas praias nordestinas no começo do mês de setembro, conforme mostramos aqui, neste outro post. Segundo o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), já são 139 localidades atingidas, em 63 municípios. O Rio Grande do Norte é o estado com o maior número de pontos com óleo.
De acordo com um levantamento recente, realizado pelo Tamar e que reproduzimos nesta outra reportagem, este ano, o litoral de Sergipe lidera o número de desovas de tartarugas no país, com 10.486 ninhos, seguido pela Bahia com 8.442.
Por estarmos justamente na época de soltura das tartarugas no mar, após seu nascimento, e devido à presença do óleo no litoral, os biólogos do projeto decidiram adiar a ação. Ao tentar ir para a água, as tartarugas recém-nascidas podem ficar presas nas manchas de óleo e acabarem morrendo.
Mas hoje (10/10), a equipe do Tamar revelou que os filhotes foram liberados em alto mar.
Mortes de tartarugas
No levantamento divulgado pelo Ibama, em 07/10, o órgão informou que já foram achadas nove tartarugas mortas e outras tantas resgatadas sujas com o petróleo cru.
Filhote encontrado morto, sujo de óleo
A análise das amostras de óleo coletadas, feita pela Marinha e pela Petrobras, apontou que a substância trata-se de petróleo cru.
A Petrobras garante que o óleo não é produzido pelo Brasil. A principal suspeita é que a substância tenha vazado de algum navio petroleiro que passava pela costa brasileira. Um estudo realizado pela Universidade Federal da Bahia atestou que, dada suas características, o petróleo é originário da Venezuela.
Outro animal resgatado e completamente sujo com petróleo
O que fazer caso você encontre um animal sujo de óleo?
A orientação a pescadores e banhistas é que não toquem no óleo e que, se encontrarem manchas em alguma praia, entrem em contato com os órgãos públicos, indicando o local em que elas estão localizadas. O telefone da Linha Verde do Ibama é 0800 618080.
Abaixo outros contatos disponibilizados pelo Projeto Cetáceos da Costa, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN):
A seguir as principais recomendações dos especialistas do projeto caso algum animal sujo com óleo seja encontrado:
1. Ligue imediatamente para equipe do PCCB-UERN e informe detalhes sobre a situação (se é golfinho, baleia, tartaruga marinha, peixe-boi ou ave marinha, se está vivo ou morto e local do encalhe) e se possível, envie fotos ou vídeos via WhatsApp;
2. Não entre em contato com o óleo. Perigo de alta toxidade! Não tente limpar com sabão, areia, ou qualquer produto químico. Essas substâncias podem disseminar a contaminação do óleo no ambiente e no animal;
3. Não devolva o animal ao mar. Animais encalhados precisam de avaliação clínica especializada. Caso devolvido sem cuidados adequados, o animal poderá encalhar novamente;
4. Isole a área, evite barulho, conversas, e movimentos que possam estressar o animal. Não alimente e nem force a ingestão de líquidos;
5. Proteja o animal do sol (com guarda-sol, panos limpos) e aguarde a chegada da equipe de resgate.
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Fotos: divulgação Projeto Tamar e Instituto VerdeLuz
Grazie per l’interessante e utile articolo!