Um total de sete cavalos morreram no hipódromo de Churchill Downs, em Louisville, nos Estados Unidos, nos dias que antecederam e durante a realização do Kentucky Derby, a mais famosa competição de corrida desses animais naquele país. Outros cinco ficaram feridos.
“À luz desses fatos, é chocante que a corrida tenha sido disputada. Vidas estão em jogo: a Lei de Integridade e Segurança das Corridas deve ser totalmente implementada e aplicada imediatamente. Qualquer pessoa que pretenda adiar tais proteções para cavalos não se importa com o bem-estar desses animais”, declarou em nota a organização Humane Society.
O cavalo Chloe’s Dream, de apenas três anos, foi sacrificado após ter se machucado durante uma corrida no sábado. E em outra disputa, Freezing Point teve uma lesão no tornozelo, que também fez com que veterinários decidissem pela eutanásia.
Na sexta-feira, 05/05, um dos treinadores que participava do evento foi suspenso do Kentucky Derby após dois dos cavalos que ele cuidava terem morrido.
Durante anos a Humane Society dos Estados Unidos trabalhou pela implementação de uma lei que garantisse a segurança e o bem-estar dos cavalos nesse tipo de corrida. Em 2020, finalmente, entrou em vigor o chamado “Horseracing Integrity and Safety Act”, mas parece que ele ainda está longe de assegurar algum tipo de proteção a esses animais.
“Nenhuma outra corrida atrai o público e a audiência do Kentucky Derby, a primeira das três corridas de cavalos anuais conhecidas como Triple Crown. Apesar de toda a pompa e circunstância associadas ao esporte, as corridas de cavalos e o Derby têm uma dimensão bem menos glamorosa”, diz a organização.
A Humane Society cita ainda outra competição de turfe que aconteceu no estado de Maryland e onde 13 cavalos morreram. De acordo com a ONG, o doping é um dos principais responsáveis pelas quedas e mortes de cavalos. Ilegalmente, treinadores dão substâncias ilegais aos animais para que eles corram mais rápido.
Além de criminalizar o doping, a nova lei restringiu o uso de chicotadas nos cavalos. Todavia, algumas associações de criadores tentou bloquear a legislação na justiça.
“Embora alguns continuem a lutar contra as reformas que tornam as corridas mais seguras para os cavalos, sabemos que, a longo prazo, esses indivíduos e organizações perderão. Isso porque o público americano está cada vez mais humano e menos propenso a tolerar um esporte que trata os animais como meras mercadorias, rotineiramente vê seus atletas morrerem na pista e menospreza suas mortes como um custo a mais desse ‘negócio'”, afirma a Humane Society.
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Foto de abertura: Jeff Griffith on Unsplash