Desde o ano passado os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) tentam negociar com o governo federal várias demandas, entre elas reajuste salarial, um plano de carreira para especialistas da área e ainda, gratificação por atividades de risco e paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.
Todavia, sem um acordo, os servidores decidiram esta semana iniciar uma paralisação para as atividades externas, o que impactará a fiscalização ao desmatamento em locais como a Amazônia e em terras indígenas, o trabalho de prevenção e combate a incêndios florestais e vistorias de processos de licenciamento ambiental.
“Estamos exaustos! Não dá mais pra esperar que a carreira de especialista em meio ambiente receba o devido reconhecimento por parte do governo federal. Fomos os servidores mais atacados durante a gestão ecocida do ex-presidente Bolsonaro. Estivemos na linha de frente da resistência contra o desmonte ambiental… Os trabalhadores do Ibama, ICMBio e do Ministério do Meio Ambiente cuidam do que é de todos. E quem olha por nós?”, questionou a Associação dos Servidores da Área Ambiental Federal no Rio de Janeiro em suas redes sociais.
De acordo com a Associação Nacional dos Servidores de Carreira Especialista em Meio Ambiente (Ascema Nacional), até este momento 1.400 servidores do Ibama e cerca de 600 do ICMBio já aderiram ao movimento.
“A partir da próxima semana, assembleias nos diferentes estados do país serão realizadas com o objetivo de decidirem, no âmbito local, as atividades que se somarão ao movimento de paralisação dos órgãos do Ibama, ICMBio, Serviço Florestal Brasileiro e Ministério do Meio Ambiente”, afirmou em nota a Ascema.
Os servidores da área ambiental demonstraram descontentamento porque o governo fechou acordos com outras categorias do funcionalismo público, como os policiais federais e policiais rodoviários.
O Ministério do Meio Ambiente divulgou um comunicado em que afirma que “a reestruturação das carreiras ambientais é prioridade da pasta e que está em diálogo com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos”.
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