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“Se não é livre, eu não curto”: campanha alerta sobre estímulo das redes sociais ao tráfico de animais silvestres

“Se não é livre, eu não curto”: campanha alerta sobre estímulo das redes sociais ao tráfico de animais silvestres

Treze milhões de animais e plantas, de quatro mil espécies diferentes, que estavam sendo transportadas ou comercializadas ilegalmente, foram apreendidas no mundo entre 2015 e 2021, segundo dados do Relatório Global sobre Crimes contra Espécies Silvestres. Apesar de esforços multinacionais para combater esse tipo de crime, o tráfico de animais vem crescendo ano a ano e atualmente só fica atrás do de drogas e de armas.

Nas últimas décadas, as redes sociais se transformaram em um importante canal de vendas e publicidade para os traficantes. E de estímulo para a compra de animais, que muitas pessoas – algumas vezes por ignorância -, acreditam que podem ser domesticadas.

Para alertar os brasileiros sobre o papel das mídias sociais no estímulo ao tráfico de animais, o Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em parceria com o WWF-Brasil,
lançaram nesta quinta-feira (22/05), Dia Mundial da Biodiversidade, a campanha “Se não é livre, eu não curto”.

O objetivo da iniciativa é sensibilizar a população sobre o tema, convidando os cidadãos a evitarem a interação com conteúdos que exploram as espécies silvestres, se questionarem sobre o desejo de comprar ilegalmente essa fauna e denunciarem a violação dos direitos animais.

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Outro ponto importante também é salientar a distinção entre animais silvestres e domésticos e ressaltar como os primeiros devem viver livres, na natureza. A orientação para os internautas é que não basta não comprar, é preciso também, não curtir. Muitas vezes há postagens de vídeos que parecem “fofos”, mas que não revelam a perversidade envolvida em tirar uma espécie de seu ambiental natural.

“A exposição desses animais em contextos domésticos contribui para a demanda por espécies da fauna brasileira, impulsionando o tráfico e agravando os impactos sobre a biodiversidade. É fundamental promover a
diferenciação entre animais silvestres e domesticados e reforçar que o bem-estar da fauna está diretamente relacionado à sua permanência em habitat natural”, afirma Bráulio Dias, diretor do Departamento de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente.

“Se não é livre, eu não curto”: campanha alerta sobre estímulo das redes sociais ao tráfico de animais silvestres
Uma das peças produzidas para a campanha
Imagem: divulgação WWF/Ibama

Juntos, podemos combater a crueldade do tráfico de animais

Segundo um relatório produzido pela Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas) e divulgado em fevereiro deste ano, cerca de 38 milhões de animais são retirados da natureza brasileira por ano, “sendo que apenas um em cada dez deles consegue chegar às mãos do consumidor final, enquanto nove morrem durante a captura ou transporte.”

O estudo mostrou justamente como o tráfico nacional e internacional de animais se utiliza cada vez mais das plataformas digitais para expandir sua rede de fornecedores e consumidores. Através do monitoramento das redes sociais, especificamente WhatsApp, Facebook e Instagram, durante o período de seis meses no ano de 2024 (fevereiro a julho), foram encontradas e catalogadas 5 mil trocas de mensagens relacionadas à compra ou venda de animais da fauna silvestre ou exótica.

“Essa campanha reforça um debate importante sobre a responsabilidade da sociedade brasileira na
conservação da biodiversidade
. A ciência tem demonstrado que o declínio das populações de animais
silvestres é uma realidade há décadas. As espécies de fauna são fundamentais para manutenção das
florestas, rios, campos e outros ambientes que garantem a segurança climática do planeta. A retirada
de animais e seu “encarceramento” fora de seu ambiente natural contribui para esse processo. A
juventude conectada pode fazer toda diferença nessa batalha contra o tráfico de animais silvestres”,
afirma Marcelo Oliveira, especialista em conservação e programas do WWF-Brasil.

“Se não é livre, eu não curto”: campanha alerta sobre estímulo das redes sociais ao tráfico de animais silvestres
Não basta não comprar, é preciso parar de curtir e interagir com
esse tipo de conteúdo nas redes sociais
Imagem: divulgação WWF/Ibama

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Imagem de abertura: divulgação WWF / Ibama

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