O cantor, compositor e baixista britânico Roger Waters – um dos fundadores da banda Pink Floyd – foi homenageado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, na sexta-feira, 28/10: recebeu a Medalha Pedro Ernesto em reconhecimento por sua luta em defesa dos direitos humanos.
O requerimento foi de autoria da vereadora Mônica Benício – viúva da deputada Marielle Franco, executada em 2018 -, que entregou a honraria ao artista.
“Este homem não é apenas um artista consagrado, uma lenda do rock, mas também um ativista incansável, que usa sua voz para combater as injustiças do mundo”, declarou ela, que também lhe entregou uma placa de rua que homenageia Marielle. Ele a ergueu para os presentes.
Waters estava no Rio Janeiro para o segundo show da turnê This is Not a Drill, que ainda segue para Porto Alegre (1/11), Curitiba (4), Belo Horizonte (8) e São Paulo (11).
O musico britânico é conhecido por seu engajamento e ativismo e sempre deixou claro para seu público seu posicionamento a cerca de “temas tão espinhosos” como direitos humanos e justiça social.
Isso, não só nas letras das músicas que canta – quem não lembra de Another Brick in the Wall? -, como também em suas falas contra governos autoritários e a favor da sustentabilidade do planeta Terra, durante shows ou em entrevistas.
Desde que o Hamas atacou Israel e este país tem respondido com ataques genocidas ao povo palestino, o músico tem defendido o cessar-fogo e a liberdade da Palestina.
Em seus shows, uma mensagem exibida nos painéis gigantes, antes de sua entrada no palco, convida as pessoas que não concordam com ele a se retirarem da plateia, a tempo, pois durante as apresentações ele declara suas inquietações e convida o público a acompanhá-lo.
Homenagens a Marielle
Em seus shows, Roger Waters costuma homenagear Marielle durante a música The Powers that be, que ele considera seu hino contra a violência estatal.
Em 2018, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais no Brasil e seis meses após o assassinato da vereadora, ele estava em sua turnê Us+Them no país.
No palco, exibia camiseta preta com a frase Lute como Marielle Franco e, durante a canção citada, chamou a filha de Marielle, Luyara Santos, a irmã, Anielle Franco (atual ministra de Igualdade Racial), e Mônica Benício, ao palco.
“Ela acreditava em direitos humanos, assim como eu”, declarou Waters na ocasião.
Encontro com Lula
Na semana passada, como contamos aqui, em passagem por Brasília para seu primeiro show no Brasil, Roger Waters visitou o presidente Lula, que voltava naquele dia ao Palácio do Planalto, após a cirurgia.
O músico estava acompanhado pelo “titã” Paulo Miklos. A primeira-dama Janja também participou do encontro. Em seu perfil no X (ex-Twitter), o presidente contou:
“Tivemos a honra de receber o vocalista e compositor Roger Waters, no Palácio do Planalto”, escreveu o presidente no Instagram. “Artista histórico, vocalista da banda britânica Pink Floyd, Roger é voz na defesa dos direitos humanos, sempre com letras que refletem uma posição crítica às forças de opressão de povos pelo mundo”.
De acordo com a assessoria do governo, durante o encontro, Waters disse à Lula que “apenas falo para as pessoas a respeito dos seus sonhos, entre eles o de querer ver a Declaração Universal dos Direitos Humanos, feita em Paris, em 1948, como lei no mundo”.
A seguir, assista à declaração de Roger Waters depois de receber a medalha:
Foto: Flavio Marroso/CVRJ