Em agosto, Molly foi encontrada pelo capitão de uma embarcação, em uma ilha da Flórida (EUA), presa em armadilhas de caranguejos e fios de pesca. Mas o que mais chamava a atenção na tartaruga-marinha era um imenso tumor que ela tinha próximo ao pescoço e a uma das nadadeiras dianteiras – era tão grande que tinha o mesmo tamanho de sua cabeça. Bastante debilitada, ela foi levada para o The Turtle Hospital, um centro de resgate e reabilitação especializado em tartarugas, na cidade de Marathon.
Exames indicaram que Molly tinha perdido muito sangue e estava anêmica. Precisava de cuidados urgentes para sobreviver. Logo começou a tomar antibióticos e receber fluidos para que sua condição se estabilizasse e ela pudesse passar por uma primeira cirurgia.
Poucos dias depois, foi realizada a operação. Foram necessárias três horas para que se conseguisse remover o imenso tumor – um fibropapiloma -, que pesava mais de 4 kg – o maior até hoje registrado em tartarugas de sua espécie (embora esse tipo de tumor seja benigno, não é um câncer, pode comprometer as atividades diárias e levar o animal à morte, ainda mais nessas dimensões).
Foto: cortesia The Turtle Hospital
Todavia, o caminho para o pronto restabelecimento ainda estava longe do fim. No final de setembro, a tartaruga foi sedada novamente para uma segunda cirurgia. Era necessário remover outros tumores menores, que ela tinha no pescoço, olhos e na região inguinal. Além disso, os médicos-veterinários também precisaram tirar muitas cracas (pequenos crustáceos marinhos) grudados em sua carapaça.
Foto: cortesia The Turtle Hospital
A tão esperada volta ao mar
Molly é uma tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), com idade estimada entre 25 e 30 anos. Na natureza, essas gigantes, que podem ter mais de 1,3 metro e pesar até 180 kg, costumam viver até os 80 anos. Ou seja, ela ainda tem muito o que viver.
Graças a todo tratamento e cuidado que recebeu da equipe do Turtle Hospital, quase quatro meses após ser resgatada, no dia 25 de novembro Molly foi devolvida ao mar, com muita celebração – incluindo a dos milhões de internautas que acompanharam toda sua recuperação!
Antes de ganhar a liberdade, entretanto, a tartaruga recebeu um equipamento GPS, colado à carapaça, para que ela possa ser monitorada por satélite. Desde que foi solta, Molly já nadou mais de 230 km (você pode conferir a trajetória dela neste link).
“Molly superou todas as expectativas e sua incrível recuperação inspirou milhões de pessoas. Vídeos de sua jornada acumularam mais de 80 milhões de visualizações nas redes sociais, e pessoas viajaram de todo o país para visitá-la durante sua internação no hospital. Sua história aumentou profundamente a conscientização e o carinho do público pelas tartarugas-marinhas e pelos desafios que elas enfrentam”, diz a equipe do Turtle Hospital.
solta em Higgs Beach, na Flórida Keys
Foto: cortesia The Turtle Hospital
A tartaruga-cabeça é considerada ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Chamada em inglês de loggerhead, ela possui esse nome porque uma de suas principais características é a cabeça grande, que sustenta poderosos músculos da mandíbula que lhes permitem alimentar-se de presas de casca dura, como conchas.
Confira abaixo o vídeo divulgado pelo Turtle Hospital que conta a trajetória de Molly:
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