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Raro peixe-mão rosa é encontrado por mergulhadores próximo aos destroços de navio naufragado em 1883

Em expedição recente aos destroços do navio S.S. Tasman, que afundou em 30 de novembro de 1883 próximo da Península da Tasmânia, na Tasmânia, Austrália, para celebrar o 140º aniversario do naufrágio, cientistas da Commonwealth Scientific and Industrial Research Organisation (CSIRO) encontraram uma grata surpresa: um raro peixe-mão rosa (Brachionichthys hirsutus), espécie em risco de extinção

Ele recebe esse nome devido a suas nadadeiras em forma de mão, que usa para rastejar ao longo do fundo ao mar, dando a impressão de que está caminhando. E sua cor também é bastante curiosa: em tom de creme com manchas marrom-escuras ou alaranjadas, se mistura com o fundo arenoso do mar, tornando o peixe mais difícil de ser visto. É uma espécie de camuflagem.

O peixe-mão rosa anda com as nadadeiras dianteiras, que parecem mãos
Foto: reprodução de vídeo

Há tempos, a espécie era abundante, mas devido à introdução de predadores, à poluição, ao declínio de seu habitat e aos efeitos das mudanças climáticas, hoje restam apenas 3 mil indivíduos em todo o mundo. Por isso, ver um peixe-mão na natureza é um presente e uma experiência muito especial. 

A carcaça do navio de 64 metros de comprimento, naufragado há 141 anos, mas descoberto há 100, tornou-se lar de dezenas de espécies incríveis e os mergulhadores passeavam em seu entorno, a 70 metros abaixo da superfície do oceano, quando um deles, Brad Turner, notou um brilho rosa ao fundo. 

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Momento em que Brad Turner identificou o peixe-mão e seus amigos mergulhadores foram em seu encontro
Foto: reprodução de vídeo

À reportagem do site The Dodo, ele contou que podia jurar que era um peixe-mão, mas como “seria possível se a espécie é extremamente rara?”, questionou. “Estava confiante de que era ele, mas, dado o quão raro é e quão raramente é visto, não tinha 100% de certeza e acho que estava um tanto descrente”, explica. 

Foto: reprodução de vídeo

Foi aí que surgiu James Parkinson e Turner logo chamou sua atenção ao direcionar sua luz de mergulho para ele. “Imaginei que ele tivesse encontrado um artefato interessante, mas nem desconfiava que era uma descoberta tão significativa”, contou o amigo.

“Estávamos ali para explorar os destroços, mas o peixe-mão roubou a cena”, contou Turner. A essa altura, outro amigo já havia sido cooptado pela beleza e estranheza do animal e pela raridade do encontro: Bob Van Der Velde.

Os mergulhadores e cientistas Brad Turner, James Parkinson e Bob Van Der Velde / Foto: divulgação

“Acreditamos que somos os primeiros mergulhadores a encontrar esta espécie no seu ambiente natural, depois de tanto tempo. E, pra mim, acrescentou outra dimensão ao nosso mergulho”, completou Turner. “É emocionante pensar que podemos encontrar espécies como esse peixe e contribuir para a ciência mesmo enquanto desfrutamos de um hobby”.

Refúgio em águas mais profundas e frias 

Mais tarde, os três amigos voltaram ao local de mergulho, junto ao navio, e a expedição tornou-se ainda mais fantástica: avistaram um segundo peixe-mão rosa, a apenas 10 metros do primeiro.

Esses avistamentos da espécie são alguns dos “muito poucos” registrados desde o primeiro, em 1948. Parece que o peixe-mão decidiu se confinar em águas profundas, o que contribuiu para sua conservação.

Agora, para encontrá-lo, é preciso usar equipamento especializado para grandes profundidades e correntes fortes e imprevisíveis, que criam situações muito desafiadoras. 

“E poucos mergulhadores possuem equipamento, treinamento e habilidades para realizar esse mergulho”, explica Parkinson.

Além disso, gases à base de hélio foram utilizados para chegar até o navio (70 metros de profundidade!), onde os mergulhadores poderiam permanecer por apenas 25 minutos para examinar os destroços. Ao encontrar o raro peixe, dedicaram esse tempo a ele.

Para Neville Barrett, professor associado do IMAS – Institute for Marine and Antarctic Studies, da Universidade da Tasmânia, trata-se de uma descoberta “notável e extremamente valiosa”. 

“Isso nos dá esperança de que o peixe-mão rosa tenha algum refúgio em águas mais profundas e frias, que o protege do aquecimento das águas costeiras que ameaça a existência de muitas espécies marinhas da Tasmânia”.

Para saber mais sobre a espécie, acompanhe a Handfish Conservation Project. 

A seguir, assista ao vídeo produzido por James Parkinson, que mostra o encontro com o peixe-mão:


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Fontes: Live Science, Pulse Tasmania e Divernet

Fotos: reprodução de vídeo

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