O gato-palheiro pode ser até confundido com um animal doméstico, mas não é. Pesando entre 3 a 5 kg, esse felino selvagem é da espécie Leopardus braccatus e em geral possui a pelagem longa com coloração variando do vermelho-alaranjado ao cinza com listras irregulares nas laterais do corpo e das patas.
Todavia, servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) encontraram um raro gato-palheiro melânico, ou seja, completamente preto, no Parque Nacional das Emas, em Goiás.
A variação genética faz com que ocorra uma maior deposição de melanina, fazendo com que esses indivíduos, no caso dos gatos-palheiros e também, onças-pintadas, apresentem o pelo preto. Animais com essa condição são muito raros na natureza.
Já havia relatos do avistamento de um gato-palheiro melânico antes no Parque Nacional das Emas, mas essa foi a primeira vez que ele foi não somente fotografado, mas também, filmado (assista ao vídeo ao final desta reportagem).
Por ser um animal pequeno e raro, é difícil conseguir uma imagem dele. Quem dirá dois registros assim. O analista ambiental Kennedy Borges conseguiu a fotografia e no mesmo dia, outro servidor, Raphael Ribeiro Francisco, fez mais flagrantes em outro ponto do parque.
Segundo Borges, o avistamento da espécie é mais comum nos meses chuvosos. “Eles utilizam os aceiros e estradas do parque para a caça”, explica.
O outro registro do gato-palheiro melânico
(Foto: Raphael Ribeiro Francisco)
Gatos-palheiros ocorrem das áreas andinas do Peru à porção temperada da América do Sul, incluindo Pantanal e Brasil central. Até 2020, acreditava-se que existia só uma espécie desses animais, o Leopardus colocola, mas atualmente cinco são reconhecidas pela ciência.
No final de julho, armadilhas fotográficas também capturaram a imagem de um inédito gato-palheiro-pampeano preto, no Rio Grande do Sul.
Abaixo o flagrante feito no parque em Goiás:
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Foto de abertura: Kennedy Borges