Filantropia, inclusão da população LGBTQIA+, meio ambiente e saúde são os temas dos projetos dos quatro estudantes brasileiros premiados pelo Rise Global 2023, um programa internacional que reconhece as iniciativas inspiradoras de jovens entre 15 e 17 anos. Nesta edição, entre os 100 escolhidos do mundo todo estão Ana Catarina Ribeiro dos Santos, do Rio de Janeiro, Isabella Silva Pinto, de Belo Horizonte, e Katrina Davis e Thomas Finger, ambos de São Paulo.
O Rise, criado em 2019, tem como principal objetivo identificar e apoiar jovens talentos globais, através de programas de consultoria para seus projetos, mentoria de carreira, auxílio para ingresso em universidades de outros países e a oportunidade de interação com os vencedores da iniciativa ao redor de planeta.
Com 16 anos, Katrina é aluna do 1o ano do Ensino Médio do Colégio Bandeirantes, na capital paulista, e sempre esteve ligada na questão da sustentabilidade.
“Quanto mais eu estudava sobre isso, mais interessada e perplexa eu ficava com o estado do planeta e a falta de visibilidade desses assuntos que são tão importantes”, diz ela.
Ela foi selecionada pelo Rise por um projeto em que desenvolveu um plástico biodegradável.
“O plástico é um grande problema por ser um material que não se decompõe na natureza. É derivado do petróleo, ou seja, apresenta caráter predominantemente apolar em suas moléculas, então não interage com a água. O que acontece é, na verdade, a desintegração do material em partículas cada vez menores, originando microplásticos. O problema começa quando estes microplásticos poluem as águas, o ar e os alimentos que consumimos”, explica Katrina.
Segundo a estudante, inicialmente ela escolheu a mandioca para a produção do bioplástico, já que ela é um alimento produzido em grande quantidade no território brasileiro, além de seu amido servir como polímero natural. Todavia, após alguns meses de pesquisa, Katrina começou a utilizar microalgas na composição, com o agar-agar, que acabaram demonstrando melhores resultados.
Além do bioplástico, a brasileira criou ainda o “Onda sem Plástico“, uma organização social que busca chamar a atenção sobre o problema da poluição nos oceanos.
“O intuito principal é reunir jovens com um propósito em comum. Sendo a geração que mais vai sofrer com as consequências do aquecimento global, é importante ter uma comunidade onde possamos nos reunir para discutir e tratar sobre o problema”, destaca.
No perfil do Onda sem Plástico no Instagram há reprodução de vídeos, publicações e divulgação das principais notícias sobre o tema.
Katrina e o bioplástico desenvolvido por ela
(Foto: arquivo pessoal)
Os demais projetos brasileiros vencedores
O projeto da carioca Ana Catarina – na foto em destaque, no meio, com cabelos cacheados – foi uma plataforma online, a Benfazer, que categoriza e agrupa organizações não-governamentais (ONGs) em um só lugar, ajudando doadores a encontrar instituições que combinem com seus valores.
Já Isabella Pinto, na montagem, no canto direito, abaixo, fundou o “Cores do Brasil”, uma organização que apoia pessoas queer por meio do compartilhamento de oportunidades, formando uma comunidade e promovendo a inclusão da população LGBTQIA+ por meio da informação e da promoção da diversidade.
Enquanto isso, o projeto de Thomas Finger tem como foco a área de saúde. Ele criou uma página, a “Vacinou”, para conscientizar os brasileiros sobre a importância da imunização e tentar reduzir a queda na taxa de vacinação no país.
Nos últimos três anos, 11 jovens brasileiros já foram selecionados como vencedores do Rise Global. Você confere os demais escolhidos da edição 2023 neste link.
E as inscrições para o Rise 2024 já estão abertas! Veja todos os detalhes aqui.
Foto de abertura: divulgação Rise