Desde a semana passada, em três operações diferentes, a Receita Federal apreendeu 392 kg de barbatanas de tubarão no Ceará. A mais recentes delas foi realizada nesta segunda-feira (23/09), em parceria com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), quando 96 kg de barbatanas foram identificadas em uma carga no Aeroporto de Fortaleza, que seria enviada para São Paulo e teria como destino final a Ásia. Os contrabandistas tinham declarado que a remessa era de peixe seco.
Em uma das outras apreensões, feita na terça-feira (17/09), os servidores encontraram 230 kg de barbatanas na sede de uma transportadora de cargas aéreas no município de Cruz, que seria exportada ilegalmente para a China. A transação já estava sendo monitorada pela Receita Federal há vários dias, quando a carga saiu originalmente de Vitória (ES). A estimativa é que, caso a comercialização tivesse sido finalizada, teria movimentado algo em torno de R$ 3,7 milhões.
Na outra operação, também no Ceará, na sexta (20/09), as barbatanas tinham vindo de João Pessoa (PA) e nesse caso, o objetivo é que chegasse ao aeroporto de São Luís (MA).
O tráfico de barbatanas não é apenas criminoso, mas cruel. Os animais são mutilados ainda vivos e depois simplesmente jogados no mar para sangrar lentamente até morrer. Entre as espécies que faziam parte das apreensões dos últimos dias está a do tubarão azul (Prionace glauca), considerado em risco de extinção.
Segundo o Ibama, a chamada pesca direcionada para tubarões não é permitida no Brasil. Em 2023, o instituto fez a maior apreensão de barbatanas do mundo, quando foram confiscadas 28,7 toneladas. Para se chegar a essa quantidade, calculou-se que 10 mil tubarões devam ter sido mortos.
Aproximadamente 100 milhões de tubarões são mortos, todos os anos, no planeta. A procura por suas barbatanas está entre as principais razões. A Ásia é o mercado mundial onde existe a maior demanda por esse “produto”. Em muitos países daquele continente, elas são consideradas iguarias culinárias e usadas na preparação de sopas e outros pratos, e custam caríssimo.
no município de Cruz, no Ceará
Foto: divulgação Ibama
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Foto de abertura: Nicholas Wang/Creative Commons/Flickr
O Brasil que quer ser líder mundial de preservação ambiental precisa dar uma resposta a altura de suas pretensões. Este governo deve ser implacável para este abuso e absurdo de práticas criminosas e desumanas. A conservação ambiental deve atingir todas as instâncias de governo e ser um exemplo para a população e para as gerações que virão. Qualquer comércio assassino de qualquer ordem precisa de posturas que consigam com a manutenção dos ecossistemas e a preservação responsável da vida e da humanidade.