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Quantidade alarmante de peixe-leão é capturada em Fernando de Noronha, entre eles, o maior já encontrado no mundo

Quantidade alarmante de peixe-leão é capturada em Fernando de Noronha, entre eles, o maior já encontrado no mundo

Em 2020, um primeiro peixe-leão (Pterois volitans) foi avistado no arquipélago de Fernando de Noronha. A esperança é que fosse possível controlar a invasão dessa espécie voraz, nativa dos Oceanos Índico e Pacífico. Infelizmente, cinco anos depois, o que se percebe, apesar de todos os esforços, é a sua proliferação.

Só em janeiro deste ano, houve uma captura recorde de 140 peixes-leão em quatro pontos diferentes de Noronha. Agora, em uma nova operação de monitoramento, realizada em 27/02, pelo Centro de Mergulho Sea Paradise, parceiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio-Noronha), foram coletados 61 indivíduos em um único mergulho, entre eles, um que se acredita ser o maior encontrado até hoje no mundo, com 49 centímetros.

“Podemos dizer que é um recorde triste, pois confirma o quanto esses bichos estão adaptados ao ambiente marinho de Noronha”, ressalta o mergulhador Fernando Rodrigues, proprietário da Sea Paradise.

Segundo o ICMBio Noronha, a medida ultrapassou os registros da espécie documentados anteriormente, na Venezuela (45,7 cm) e nos Estados Unidos (47,4 cm). Mas o que esse tamanho enorme indica é que ele consegue produzir ainda mais ovos – e uma fêmea da espécie pode colocar até 2 milhões deles por ano.

“Isso representa que os peixes-leão em Noronha realmente estão crescendo muito porque têm bastante presa, e entre os alimentos estão os peixes locais. Isso é bem preocupante, devido aos impactos que eles podem causar na biodiversidade do arquipélago”, alerta Pedro Pereira, coordenador do Projeto Conservação Recifal.

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Desde o início do manejo do peixe-leão em Fernando de Noronha, mais de 1.200 exemplares foram removidos da região.

Peixe-leão nadando pelas águas de Fernando de Noronha
Foto: divulgação ICMBio Noronha

Proliferação gradual no litoral do Nordeste

Com o corpo listrado de branco e tons de vermelho, laranja e marrom, o peixe-leão tem 18 espinhos que possuem uma toxina. Em contato com a pele humana pode provocar inchaço, vermelhidão, febre e até convulsões.

No Brasil, o primeiro registro da espécie aconteceu em 2014, no litoral de Arraial do Cabo, Rio de Janeiro. Contudo, ao longo dos últimos anos, os avistamentos aumentaram, e parece se repetir o que aconteceu no Mar Mediterrâneo e no Caribe, onde houve uma proliferação da espécie, e ele acabou virando uma praga (leia mais aqui).

Na região Nordeste, pouco a pouco, o temido peixe tem avançado rumo ao sul, no que alguns especialistas já alertam ser uma das bioinvasões mais rápidas já ocorridas no país.

Em 2022, vários deles apareceram em praias do Ceará. O estado entrava na lista de várias outras localidades onde a espécie já estava sendo documentada, como em municípios do Piauí, em recifes da foz do Rio Amazonas, entre o Amapá e Pará. Um ano depois, foi a vez da chegada ao litoral de Pernambuco e semanas depois, da Paraíba (veja nesta outra reportagem). 

Já no final do mês passado, um peixe-leão foi capturado em Morro de São Paulo; no primeiro registro da espécie invasora no litoral da Bahia.

Não toque no peixe-leão!

A recomendação de especialistas é que não deve se tocar ou tentar manusear a espécie. Caso alguém aviste ou tenha informações sobre o peixe-leão no Brasil, deve repassar os dados através do SIMAF ou entrar em contato com cientistachefesema@gmail.com.

Pescadores não devem devolvê-lo ao mar e logo que possível, buscar os órgãos competentes e informar o acontecido.

Neste guia elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) você encontra mais dicas e informações.

O ICMBio-Noronha oferece capacitações para captura do peixes-leão aos profissionais das operadoras de mergulho. Interessados em receber a qualificação devem entrar em contato pelo telefone: (81) 9115-6860.

Peixe-leão, espécie invasora, predadora e venenosa, chega ao litoral de Pernambuco

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Foto de abertura: divulgação ICMBio Noronha / Sea Paradise

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