Nativo dos Oceanos Índico e Pacífico, o peixe-leão (Pterois volitans ou P. miles) é um predador. Seus espinhos venenosos provocam muita dor e em recifes de corais, ele se alimenta vorazmente de outros peixes. Em seu habitat natural, ele é controlado pela cadeia alimentar, onde é presa de espécies de garoupas e até por tubarões. Mas longe dos inimigos naturais, se reproduz rapidamente e sem controle. Uma fêmea pode colocar até 2 milhões de ovos por ano.
E é exatamente isso que vem acontecendo no Mediterrâneo nas últimas décadas e mais recentemente, no Caribe e Atlântico, como noticiamos aqui, nesta reportagem em 2016.
No início deste mês, foi a vez de um mergulhador brasileiro avistar um peixe-leão em águas brasileiras. Um visitante do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos gravou um vídeo amador, feito com celular, em que registra a presença do animal.
Uma cópia da gravação foi entregue pela empresa responsável pelo controle e monitoramento da visitação do parque no Arquipélago de Abrolhos à equipe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e pesquisadores autorizados que estavam em atividade no local.
“Considerando a gravidade do fato, iniciamos uma mobilização com cientistas, condutores de mergulho, pescadores, entre outros, para confirmar a identificação da espécie e verificar possíveis registros de ocorrência do peixe-leão na região”, explica Fernando Reginaldo Filho, chefe do parque.
Ainda segundo ele, a unidade vem mantendo uma equipe no arquipélago que está fazendo buscas do suposto peixe-leão na área da filmagem realizada pelo mergulhador.
No Brasil, um peixe-leão foi capturado no litoral de Arraial do Cabo, Rio de Janeiro, em 2014. De acordo com pesquisadores, este indivíduo tinha ligação genética com os invasores do Caribe e isso significa que ele pode percorrer longas distâncias.
Se em seu habitat natural o peixe-leão é controlado por predadores, no Mediterrâneo, Atlântico e Caribe, ele não é percebido pelas demais espécies como um risco, o que as fazem ignorá-lo e desta maneira, ele consegue se reproduzir em escala assustadora. A presença do peixe invasor provoca desequilíbrio no ecossistema marinho e afeta diretamente o estoque de peixes nativos.
Em alguns países, o abate do peixe-leão já é permitido. Mas em outros lugares, a solução para combater o invasor é levá-lo para o prato! Apesar de seus espinhos serem venenosos, a carne não é. E de acordo com quem provou, garante-se que é deliciosa.
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Foto: Tchami/Creative Commons/Flickr
Olá Suzana.
Você tem respostas de pesquisas relativas às mortes de baleias em nosso litoral?
Um abraço.
Oi Selma, tudo bem?
Não, não tenho. Eu se você fosse, tentaria entrar em contato com alguma das organizações que trabalham nesta área.
Abraço,
Suzana
Não pode ser tb consequência da água de lastro dos navios?