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‘Pisar Suavemente na Terra’, documentário com Ailton Krenak, estreia na Globoplay

'Pisar Suavemente na Terra', documentário com Ailton Krenak, estreia na GloboPlay

Até agora restrito a festivais e exibições especiais, o premiado documentário Pisar Suavamente na Terra, dirigido pelo brasileiro Marcos Colón e lançado em novembro de 2022, estreia na Globoplay, amanhã, 9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas. Um presente num dia de reflexão.

Quem já assistiu, agora pode rever esta obra-prima em casa e, quem ainda não assistiu (e tem acesso à plataforma), vai poder finalmente se emocionar com os preciosos relatos de resistência de três lideranças indígenas da Pan-Amazônia (duas do Brasil e uma do Peru).

As narrativas apresentam novas formas de existir e de caminhar no mundo em meio às ameaças de grandes projetos desenvolvimentistas e são conectadas pela voz e pelo pensamento ancestral de outro líder indígena, Ailton Krenak, e também pelo talento do diretor Marcos Colón que, com suas obras cinematográficas, também luta para salvar o bioma.

'Pisar Suavemente na Terra', documentário com Ailton Krenak, estreia na GloboPlay
Ailton Krenak durante as filmagens: “O futuro é ancestral e a
humanidade precisa aprender com ele a pisar suavemente na terra”
Foto: Marcos Colón

A cacica Katia Silene Akrãntikatêgê, de Marabá, no Pará, tenta preservar sua cultura em um território devastado pela mineração da Vale S.A, anos após ter visto sua família ser expulsa durante a implantação de usina hidrelétrica no coração da Amazônia (em janeiro, ela recebeu prêmio internacional por empreender e conscientizar sobre conservação da Amazônia, como contamos aqui).

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No Oeste do Pará, o cacique Manoel, do povo Munduruku, tem seu território sitiado pela expansão do monocultivo e da exportação da soja, intensificada pelo projeto de agronegócio da Cargill, e também contra a invasão de sua terra e a tentativa de extinção da biodiversidade. Por último, o indígena Kokama da Amazônia peruana, José Manuyama, lida com a contaminação do rio Nanay por garimpo e petróleo e luta contra o mercúrio e as doenças.

'Pisar Suavemente na Terra', documentário com Ailton Krenak, estreia na GloboPlay
Cacica Kátia Akrãntikatêgê e cacique Manoel Munduruku, do Pará,
e José Manuyama, do povo Kokama, da Amazônia peruana
Fotos: divulgação

“A chegada de Pisar Suavemente na Terra à plataforma Globoplay permite que as vozes da Kátia, do José, do Manoel e do Krenak possam ecoar com mais força e profundidade mundo afora“, diz ele.

“[O documentário] é uma denúncia que criminaliza o silêncio ameaçador que se impôs desde sempre aos povos originários. É também um convite, uma tentativa de refazer nosso interior em busca de um novo caminhar, como canta Gilberto Gil na música Refazenda, que sintetiza em grande parte o filme. Precisamos refazer tudo“, declara.

“É tempo de reconstrução já que nosso caminhar no planeta, até aqui, tem sido desastroso, e a floresta e seus povos estão a exigir de nós uma nova pegada. Como nos convoca Ailton Krenak: um pisar suave na Terra”, finaliza o produtor e diretor.

'Pisar Suavemente na Terra', documentário com Ailton Krenak, estreia na GloboPlay
O diretor e produtor Marcos Colón na Mostra Internacional de Cinema,
em São Paulo, na qual exibiu seu documentário no ano passado
Foto: divulgação

O roteiro é assinado por Colón e Bruno Malheiro, geógrafo e professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Eles dividiram a obra em quatro atos: Anúncio, Guerra em Curso, Morte e Horizontes. 

No primeiro, o fim do mundo é anunciado pela destruição dos povos amazônicos. No segundo, a guerra tem continuidade e é expressa “com suas engrenagens de destruição da vida”, levando à morte (o terceiro ato) “como expressão cabal das escolhas que fizemos como sociedade”. O último ato é como uma redenção: revela a possibilidade de vislumbrarmos o futuro ao mergulharmos na ancestralidade e colocarmos as cosmovisões amazônidas no centro do mundo. Só assim.

Premiado como melhor longa-metragem no Festival Cine Periferias (Portugal; leia aqui) e no Ecoador – Festival de Cinema Ambiental (Equador; leia aqui), a obra de Marcos Colón também conquistou o prêmio de fotografia no festival Filmambiente, no Rio de Janeiro, no ano passado.

Coragem, sabedoria e resiliência 

“A coragem e a sabedoria de Kátia, Manoel e José se conectam à consciência e à voz de Krenak em uma proposta ousada e revolucionária para salvar a Amazônia (e, com ela, o planeta inteiro): reconhecer que somos parte de algo maior”, destaca a nota de divulgação.

“Costurados por suas perdas e fortalecidos pela certeza de que precisam sobreviver para lutar pela permanência da floresta, cada um deles nos mostra um modo de vida que, inicialmente, os faz parecer extraterrestres”.  Mas eles são reais!

Estão lá, vivendo, sofrendo e lutando contra as engrenagens do Estado e das empresas – que visam apenas a destruição -, nos arredores de Santarém, de Marabá e de Tabatinga, no Brasil; como também em Iquitos, no Peru, e Letícia, na Colômbia.

Seu jeito de “pensar e viver” é tão diferenciado, que pode parecer surreal, “não pertencer a este plano/dimensão/realidade até que, frase a frase, olhar a olhar, em cada riso e lágrima, em cada quadro deste documentário, eles nos mostram que não é possível viver na Terra se não nos reconhecermos como parte dela”. 

Krenak aponta que é o modo de viver não-indígena quem cria uma dicotomia de um ‘nós’ apartado ‘deles/outros’ e, diz ele, “esse ‘outros’, para além dos outros seres humanos, é tudo o que é vivo. Aquilo que é chamado de naturezao rio, a floresta, as montanhas – fica excluído dessa humanidade e ganha um amplo sentido de sub-humanidade, que é todo o resto. [E] a tragédia mais gritante [desse processo] é que o ‘resto’ mais visível [dessa exclusão] é feito de humanos”.

Nesta obra, Kátia, Manoel, José, Marcos e Ailton nos contam, com amor, poesia e resistência que o costume não-indígena propagado pela lógica (limitada e distorcida) do ‘desenvolvimento a qualquer custo’ é o verdadeiro invasor, estrangeiro, alienígena”.

Juntos, eles nos levam a compreender a necessidade de aprender a Pisar Suavemente na Terra e a vivermos tão integrados à ela que nossa caminhada não deixaria marcas para trás. 

Precisamos – pra ontem! – “aprender a passar pela vida e pela Terra sem ferir o planeta, sem ‘comer o mundo’ [como diz Krenak] onde vivemos, semeando um pouco dele em nós e, assim, garantir sua continuidade para todos os que virão”.

“O que leva esse povo a resistir, após 500 anos, é a alegria”, declarou Marcos Colón em julho de 2022, em encontro organizado pela Universidade Federal do Pará (UFPA), no qual seu documentário foi exibido (como contamos aqui).

Hoje, se faz necessário (e urgente) saudar a ancestralidade e pisar suavemente na Terra.

'Pisar Suavemente na Terra', documentário com Ailton Krenak, estreia na GloboPlay

A seguir, assista ao convite de Krenak para que você assista ao filme na GloboPlay e ao trailer do documentário:

 
 
 
 
 
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Foto (destaque): Marcos Colón

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