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Permissão para a caça de centenas de linces na Suécia gera protestos e indignação

Permissão para a caça de centenas de linces na Suécia gera protestos e indignação

Após 45 lobos terem sido mortos por caçadores em apenas um mês, no início de fevereiro, na Suécia, com permissão oficial do governo – o maior número até hoje registrado nesse tipo de abate -, agora organizações de proteção animal protestam contra a cota divulgada por autoridades para a caça de linces: 201 indivíduos.

A espécie que existe na Suécia é a Lynx lynx, o lince-euroasiático ou lince-europeu, um felino de tamanho médio, nativo nas florestas da Europa e da Sibéria. Estima-se que sua população no país seja de aproximadamente 1.450 animais, 300 a menos do que há dez anos.

O número estipulado para a cota de abate em 2023, que começou em 1o de março, é o dobro daquele de anos anteriores.

“A caça licenciada ocorre apenas para satisfazer o interesse de alguns caçadores em busca de troféus, Isto é completamente incompreensível”, critica Magnus Orrebrant, diretor da organização Svenska Rovdjursföreningen, associação que luta pelo direito dos animais na Suécia.

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Segundo o ativista, 330 permissões foram dadas para caçadores estrangeiros. Ele ressalta que o país não está seguindo a legislação europeia, que estabelece que espécies só devem ser abatidas quando colocam em risco seres humanos e para a proteção de rebanhos. O que não é o caso na Suécia.

“A caça não está absolutamente ligada a nenhum perigo para os humanos. Nem a caça ao lobo – não há casos documentados de lobos atacando humanos nos tempos modernos suecos. A caça ao lince está relacionada à emoção e, para alguns caçadores, é claro, a pele é a motivação”, admitiu Svenska Jägareförbundet, da Associação de Caçadores, em entrevista ao jornal The Guardian.

A Agência de Proteção Ambiental Sueca alega que são necessários apenas 870 animais para manter o equilíbrio e a saúde da espécie. Todavia, recentemente estudos demonstraram que em outros países, como a França, a segurança genética desses felinos está em risco, já que muitas estão acasalando com indivíduos da mesma família.

“Os linces têm uma função importante em nossos ecossistemas. A rápida perda de diversidade biológica é assustadora”, diz Gustaf Lind, secretário-geral do WWF. “Em vez da caça permitida, acreditamos que medidas preventivas que resguardem a convivência entre humanos e predadores são o caminho a seguir”.

O lince tem o veado como sua presa mais importante no sul da Suécia. Já ao norte do país as renas são seu principal alimento.

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Foto de abertura: Federico Di Dio photography on Unplash

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Regina Meireles
Regina Meireles
2 anos atrás

“A caça ao lince está relacionada à emoção e, para alguns caçadores, é claro, a pele é a motivação”. Pensamento de gente oca, frustrada, invejosa… que não encontra emoção na contemplação da beleza da vida do outro, no caso, do ser dito inferior e fraco na escada evolutiva, o qual deveria proteger por ser mais forte que aquele. Precisam de troféus para se sentirem importantes, se sentirem fortes por subjugarem uma força da natureza que não querem compreender e respeitar, para se sentirem poderosos. Que fracos!
Então o instinto primitivo de destruição fala mais alto – não pode dizer que é falta de conhecimento como nos primórdios!, demonstrando que sua evolução moral não acompanha a maioria que ultrapassou essa barreira bestial. Pobres de espírito.

Pinho
Pinho
2 meses atrás

Como a moça disse acima , o poder de matar e caçar e de gente vazia por dentro . Gente que não se importa com bichos , gente oca , sem ressonância , meu desprezo total

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