Se você achou que já havia visto um show de superação e determinação durante a realização dos Jogos Olímpicos no mês passado, no Rio de Janeiro, então prepare-se: a partir de agora é que realmente vamos descobrir o que é esforço e amor pelo esporte.
A cerimônia de abertura das Paralimpíadas 2016 aconteceu ontem (07/09) e hoje começam as primeiras provas, que irão até 18/09. Estarão competindo no Rio 4.344 atletas, vindos de 159 países, em 23 modalidades paralímpicas. Certamente, cada um deles tem uma história especial e emocionante, que os levou até aqui. Entretanto, o mais importante a ressaltar é que eles nunca se deixaram abater pelo sentimento de pena. Nunca aceitaram ser vistos como coitados. Não há dúvida, que ouviram muitos “não, você não pode!”. E provaram que “sim, eu posso!”, como mostrou lindamente o vídeo produzido pelo canal britânico Channel 4 (que você assiste ao final deste post).
O que significa para estes atletas estar em uma cadeira de rodas, usar uma prótese, não poder enxergar ou segurar alguma coisa? No momento das provas da Paralimpíadas, nada. Eles estão lá para competir e provar que sim, eles podem.
Infelizmente, nem sempre o mesmo acontece no dia a dias destes superatletas, quando eles são simplesmente cidadãos com algum tipo de deficiência. Principalmente, nas cidades brasileiras. A rampa de acesso à pira olímpica ou ao pódio de medalhas não está acessível para cadeirantes que precisam atravessar uma rua, entrar no supermercado ou na universidade. Nem sempre o deficiente consegue, por exemplo, subir num ônibus. E o que falar então, das calçadas desniveladas e esburacadas, que colocam em risco a vida de cegos e portadores de deficiências motoras?
Por isso, é preciso aplaudir – e muito -, estes superatletas que competirão pelas próximas duas semanas no Brasil. E mostrar a eles que não temos pena, mas muito orgulho das conquistas de cada um deles. Mais que isso, precisamos garantir que, como todos nós, cidadãos brasileiros, eles tenham seus direitos respeitados e possam viver em cidades acessíveis e inclusivas.
Que seus rostos e deficiências sejam vistos todos os dias, nas novelas, nos jornais (inclusive naqueles que optaram por não transmitir a cerimônia de abertura das Paralimpíadas) e na publicidade brasileira. Imagens como a que abre este post, com o sorriso maravilhoso da superatleta, pronta para vencer mais um desafio.
Foto: Comitê Paralímpico Brasileiro