As cenas são devastadoras. Já passa de 11 mil o número de mortes em consequência do terremoto de magnitude 7,8 que atingiu o sudeste da Turquia e o noroeste da Síria na madrugada da segunda-feira (06/02). Infelizmente, a tragédia humanitária deve ser muito maior. A Organização Mundial de Saúde acredita que mais de 20 mil pessoas devam ter perdido suas vidas.
O epicentro do terremoto foi próximo a Gaziantep, uma região extremamente populosa. Desde então equipes de resgate, bombeiros e voluntários buscam freneticamente por sobreviventes em meio aos milhares de prédios e casas que desabaram. Dados de hoje revelam que 8 mil pessoas já foram retiradas dos escombros.
É o caso, por exemplo, da pequena Nour, que em árabe significa “Luz”. Ela ficou 15 horas presa sob os destroços de um prédio, ao norte da Síria, mas conseguiu ser salva. Ao lado, sem sair dali por um momento, durante todo o tempo, estava seu pai.
As condições climáticas, como chuva e o frio intenso durante o inverno rigoroso, em muitas lugares está nevando, fazem com que o trabalho de resgate se torne ainda mais delicado. Segundo o governo turco, 380 mil pessoas foram levadas para abrigos ou hoteis. Há gente ainda buscando refúgio em shoppings, estádios e mesquitas. O que sobrou de pé. Mais de 5,7 mil construções desabaram nos dois países.
A menina Nour está entre as quase 8 mil pessoas que já foram resgatadas
(Imagem: reprodução reportagem TV Globo)
Nesta terça-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, declarou estado de emergência em dez províncias do país. A estimativa é que 13 milhões de turcos estão sofrendo com os impactos do terremoto.
E governos de países do mundo inteiro deixaram de lado suas desavenças diplomáticas e estenderam a mão aos turcos. Equipes especializadas em trabalhos de resgate foram enviadas da Grécia, França, Reino Unido, México e tantos outros lugares para tentar ajudar a salvar mais vidas. É uma corrida contra o tempo.
Cenário da destruição: mais de 5,7 mil edificações foram ao chão
(Imagem: reprodução reportagem TV Globo)
Faça sua doação para ajudar os sobreviventes
De acordo com a Agência de Desastres e Emergência da Turquia afirmou que 3 mil brigadistas de 70 já chegaram para ajudar, trazendo equipamento e cães farejadores. Eles vão se juntar a mais de 20 mil socorristas que já estão trabalhando e outras 13 mil pessoas que se voluntariaram também.
Se você quiser ajudar, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) está ampliando suas atividades no noroeste da Síria para atender as vítimas do terremoto.
“As instalações de saúde estão afetadas e sobrecarregadas, e o pessoal médico no norte da Síria está trabalhando 24 horas por dia para atender ao grande número de feridos. Nossas ambulâncias também estão mobilizadas para atender a população”, diz Sebastien Gay, coordenador-geral de MSF na Síria.
Além de atendimento médico, as equipes da organização estão fazendo a doação de cobertores e kits com itens básicos de sobrevivência.
“As necessidades são muito intensas no noroeste da Síria, pois este terremoto adiciona uma camada dramática para as populações vulneráveis que ainda sofrem após muitos anos de guerra”, acrescenta Gay. “As enormes consequências deste desastre exigirão um esforço de ajuda internacional que esteja à altura da escala”.
Para fazer sua contribuição para o trabalho do Médicos Sem Fronteiras, acesse já este link. Qualquer valor é importante!
Mapa mostra onde foi o epicentro do terremoto e onde a equipe
da Médicos Sem Fronteiras está atuando
*Texto alterado em 08/02/23 para atualizar números da tragédia
Foto de abertura: reprodução Facebook organização Türk Kızılay/Red Crescent Turkey