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Países aumentam riqueza à custa do meio ambiente, indica relatório da ONU

Água, ar limpo, florestas e biodiversidade estão sendo destruídos em nome do desenvolvimento, em boa parte do planeta. Por isso, não é à toa que a Coreia do Sul, Cingapura e Malta estão no topo do Índice de Riqueza Inclusiva (IRI) – uma espécie de PIB Verde, lançado no Brasil em 2012, por ocasião da Rio+20 -, pesquisa bienal de crescimento da riqueza da ONU Meio Ambiente. O resultado da pesquisa foi apresentado em Paris, na última segunda-feira, 26/11.

Com curadoria de mais de 200 economistas de todo o mundo, o documento apresenta alternativas ao uso do Produto Interno Bruto (PIB) como medida da riqueza de um país. Isto porque – como já identificou o Butão, país que se baseia na Felicidade Interna Bruta (FIB) e não no PIB em sua gestão -, de forma equivocada, o PIB mede o tamanho da economia, mas não “sua base oculta de ativos”.

Assim, o relatório da ONU se baseia no conceito de riqueza inclusiva, que considera bens de capital manufaturado, mas também humano e natural. O resultado: 44 dos 140 países – ou seja, mais de um terço – pesquisados e ranqueados no Índice de Riqueza Inclusiva do relatório registraram queda em riqueza inclusiva per capita desde 1998, mesmo com a elevação do PIB registrada em muitos deles.

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Ele mostra que, ao mesmo tempo em que a riqueza média global esteja aumentando, o meio ambiente e seus ativos – como a água, o ar limpo, as florestas e a biodiversidade – estão sendo destruídos. Ou seja, parece que, para enriquecer, é preciso detonar. Boas práticas de desenvolvimento sustentável estão aí para provar que isso não é necessário.

“A saúde de uma economia é extraída da saúde do meio ambiente”, salientou Pushpam Kumar, assessor econômico sênior da ONU Meio Ambiente e coordenador do relatório, em entrevista exclusiva para o site da ONU. “Para fazer as escolhas certas que nos deixarão em um caminho sustentável, precisamos ter capacidade de medir corretamente nosso progresso. Esse relatório irá equipar tomadores de decisão com os números corretos, para que possam tomar as decisões certas para entregar bons resultados para as gerações que estão por vir”.

O relatório confirma que o efeito dos danos provocados pela emissão de carbono em pequenos países é muito mais forte do que nos países de alta renda. Utiliza, como base, as publicações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (o IPCC), que sentenciou que temos apenas 12 anos para conseguir reduzir as emissões num nível que ajude a limitar o aquecimento global em 1,5°C, e a Avaliação Cientifica da Depleção do Ozônio, que indica a recuperação da camada de ozônio, além do potencial de redução do aquecimento global e sugestões ambiciosas para ações de combate  às mudanças climáticas.

Por tudo isso, o Índice de Riqueza Inclusiva oferece uma grande oportunidade para que os países identifiquem, meçam seus estoques de riqueza holísticaque compreendem capital manufaturado, humano e natural – e observem como, quando e porquê aconteceram auges e depressões ao longo de sua história, criando um mapa que pode nortear seus próximos esforços de desenvolvimento com base nos princípios da sustentabilidade ambiental, social, econômica e cultural.

Foto: Algrin25/Pixabay

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Sandra
Sandra
6 anos atrás

Verdadeira riqueza é poder respirar, consumir produtos livres de veneno e “garimpar” frutos maduros para o consumo consciente, sem desperdício e sem matar seres vivos, com direito à felicidade tanto qualquer terráqueo. Nenhuma pepita de ouro vale tanto quanto águas limpas de fontes despoluídas porque se na terra, “em nela se plantando, tudo dá”, em nela se matando, tudo volta para nos matar.

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