A capital da Noruega decidiu dar um cartão vermelho para os carros, como forma de reduzir em 50% as emissões de gases de efeito estufa até 2020, comparado aos níveis de emissão de 1990.
O anúncio foi feito na última segunda-feira (19/10) pelo Partido dos Trabalhadores e seus aliados, a Esquerda Socialista e o Partido Verde, vencedores das eleições municipiais de Oslo em setembro. Proteção ambiental e mudanças climáticas são alguns dos mais importantes temas da plataforma do governo.
A capital norueguesa tem apenas 600 mil habitantes e estima-se que por ela circulem aproximadamente 350 mil carros. O projeto da prefeitura é que o centro da cidade se torne uma zona livre de veículos a partir de 2019. Entretanto, cerca de 90 mil pessoas trabalham no área central, onde estão localizados também grandes shoppings.
O plano da prefeitura é construir 60 quilômetros de ciclovias nos próximos quatro anos e fazer um investimento maciço em transporte público. “Queremos tornar o centro da cidade melhor para pedestres e ciclistas. Será melhor para o comércio e para todos”, afirmou Lan Marie Nguyen Berg, do Partido Verde de Oslo, em coletiva de imprensa.
Para colocar o projeto em prática, o governo organizará consultas públicas para ouvir a população e estudará modelos já implementados em outras metrópoles do mundo. Em Londres, por exemplo, veículos que transitam pelo centro da cidade são taxados. Em Paris, há rodízio para trafegar na região central da capital (leia mais em Em setembro, Paris terá um dia sem carro). “Em 2030 ainda haverá pessoas dirigindo carros, mas eles terão emissão zero de poluentes”, acredita Lan Marie.
Em março deste ano, Oslo foi a primeira capital do mundo a anunciar que cortaria investimentos em combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás, seguindo o movimento de outras 40 cidades (como São Francisco, nos Estados Unidos, e Oxford, na Inglaterra). Na prática, isso quer dizer que o governo não terá nenhuma ação em empresas deste setor e usará este dinheiro para financiar fontes energéticas mais limpas, como solar ou eólica. Com a decisão, a capital norueguesa retirou US$ 7 milhões de um investimento em carvão do fundo de pensão municipal e reinvestiu em outro segmento.
Há no país um movimento social forte para que a Noruega se torne livre da dependência dos combustíveis fósseis.
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