Ele é um verdadeiro showman. Um artista completo. Canta, dança e atua. É um dos atores mais bem pagos da indústria do cinema, ganhador de prêmios como o Globo de Ouro e o Tony. E no mundo todo, tem milhões de fãs, principalmente mulheres (não é preciso explicar porquê).
Mas nos bastidores, Hugh Jackman faz um trabalho lindo e generoso, embora, pouco conhecido. Ele é co-fundador da Laughing Man Coffee, fundação com o mesmo nome dos dois cafés, que funcionam em Nova York. E com o dinheiro gerado nas lojas, ele muda a vida (para melhor, muito melhor) de produtores de café de países da África e da América Latina.
Jackman sonhava em ajudar o próximo. Em ter um negócio social. A primeira inspiração veio do também ator, falecido em 2008, Paul Newman, que usou seu nome para a venda de uma enorme linha de alimentos, com renda total revertida para caridade – algo em torno de US$ 30 milhões por ano.
O ator de “O Rei do Show” e “Wolverine” decidiu então transformar uma de suas paixões no negócio social que buscava: o café.
Em 2009, ao lado da esposa, viajou até a Etiópia para conhecer de perto a produção do grão naquele país. Teve um encontro inesquecível com o agricultor Dukale, que trabalhava 12 horas por dia, nos sete dias da semana, para fazer com que sua família tivesse o que comer.
O encontro com Dukale, em 2009: inspiração para a Laughing Man Coffee
Dali nascia não somente um documentário para a organização World Vision sobre a importância do comércio justo para os produtores locais, mas também, a semente da Laughing Man Coffee.
Dois anos mais tarde, foram inaugurados os dois cafés em Nova York, com a ajuda do sócio e amigo de longa data David Steingard, que também é diretor da fundação.
Na prática, parte do dinheiro arrecadado nas lojas segue para a entidade e é investido no trabalho e na melhoria da qualidade de vida das comunidades que plantam café na Etiópia e mais recentemente, na Colômbia.
São melhorias como a instalação de sistemas de irrigação no campo, construção de casas para as famílias e ajuda financeira para que jovens entrem em universidades. Em 2018, a previsão era de erguer 100 novas casas e financiar 40 bolsas de estudo.
Além disso, e talvez, um dos pontos mais importantes, é que a fundação garante que os produtores recebam o preço justo pelo café que cultivam.
Jackman, ao lado de crianças ajudadas pela fundação na Colômbia
Em parceria com a companhia Keurig, a Laughing Man Coffee lançou no final do ano passado, dois produtos para seus clientes levarem para casa: o grão moído e cápsulas de café, mas, diferentemente de outras marcas, essas são recicláveis, ou seja, sem impacto ao meio ambiente. Segundo a marca, as novas cápsulas são feitas de polipropileno, o mesmo material, por exemplo, usado nos potinhos de iogurte, e facilmente reciclado (dá pra ver na imagem abaixo como a cápsula é branca).
Na imagem da embalagem, estão juntos, plantando café, Dukale e Jackman.
“Eu fiquei realmente inspirado pelo que vi na Etiópia. É maravilhoso poder usar minha fama para dar voz aos produtores de lá”, diz o ator. “A ideia é criar um modelo de negócios em que pudéssemos retribuir aos produtores e suas comunidades pelos grãos que eles produzem e que bebemos diariamente”.
Fotos: divulgação Laughing Man Coffee
Vou me lembrar disso sempre que tomar um cafezinho.