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Novo parque ecológico tem passarela e bondinho que levam visitantes pra dentro da Mata Atlântica

Contemplar a mata – suas cores, seus cheiros e sons – e o movimento dos animais que nela habitam, do alto ou dentro dela, é uma experiência única que poderá ser vivida em breve, em São Bernardo do Campo, a cerca de meia hora da capital paulista. Este passeio sensorial é oferecido pelo novo Parque Ecológico Imigrantes, inaugurado na semana passada, que fica no quilômetro 34,5 da rodovia dos Imigrantes.

Demorou dez anos para o projeto ficar pronto, mas valeu esperar! Acessível a todos os púbicosnão importam a idade e a dificuldade de locomoção – e construído com base nos princípios da sustentabilidade (ambiental e social), o parque receberá visitas a partir de 10 de dezembro, com hora marcada já que é imprescindível a companhia de monitores.

A expectativa é de receber 300 pessoas por dia, entre elas crianças em visitas promovidas pelas escolas.

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Por cinco trilhas ou uma passarela (acima) de 650 metros – que, em um trecho, oferece um tubo aberto que passa no meio das árvores e aproxima o visitante ainda mais da natureza – ou, ainda, em um bondinho (foto que abre este post)os visitantes poderão conhecer parte da riqueza natural da área de 484 mil m2 – “no coração da Mata Atlântica” – gerida pela Fundação Kunito Miyasaka.

A abundância da fauna e da flora nessa região é um espetáculo. E poder desfrutar tão de perto, passando por experiências sensoriais diversas como variações de temperatura, de cores (de tons de verde), de texturas, de reconhecimento de espécies (de vegetação e de animais), de sons – é imperdível.

A vegetação do parque é secundária, em estágio avançado de recuperação. Ou seja, não é mais a mata original porque a floresta já foi muito devastada no passado. Entre as espécies vegetais estão o palmito jussara, embaúbas, aroeiras, samambaias e manacás. Entre as animais, não há só aves – com grande variedade de espécies, entre elas o gavião carcará -, mas macacos, raposas, antas, pacas, gatos-do-mato, tatus, veados e onças-pardas ou suçuaranas.

A instalação de três lagos artificiais (foto acima) faz parte da experiência sensorial. Em pontos estratégicos do parque, eles promovem aquele delicioso “barulhinho de cachoeira e são mantidos com água captada da chuva, além de ornamentados com plantas e pedras, que nos remete ao estilo oriental.

A subida do morro no bondinho transparente – que funciona no sistema funicular – é o passeio mais incrível do parque já que leva os visitantes ao ponto mais alto da floresta. Em três minutos, ele sobe a montanha até atingir 45 metros de altura. Silencioso, comporta seis pessoas em pé; na presença de cadeirantes, adequa-se a quantidade de visitantes em pé.

Mas a emoção não para aí. Ao sair do bondinho, o visitante encontra um túnel aramado e aberto (abaixo) – como um portal – enfeitado pela copa das árvores, pelas folhas e pelos galhos, aproximando-o ainda mais da natureza. No final, há uma espécie de píer de onde se avista e se percebe a real dimensão do parque e pode-se contemplar, ainda mais, a diversidade biológica local. Dependendo da época do ano, os monitores dizem que é possível admirar muitas borboletas.

Mas é só a beleza natural que se apresenta. Dali, também se vê “o progresso”: a rodovia e o movimento dos carros, o horizonte da cidade e seus edifícios.

Um jardim com ervas aromáticas, plantas e flores – instalados ali para que os visitantes toquem, cheirem e experimentem – completa a paisagem desse pedaço do parque que ainda poderá abrigar uma concha acústica ou auditório para pequenas apresentações musicais e para a apreciação dos sons da floresta. E também espaços de convivência que podem atrair empresas e seus clientes para o desenvolvimento e patrocínio de projetos.

Estes são planos da fundação que ainda não têm data definida para acontecer.

Centro de referência para estudos da fauna e da flora

“É um presente para os paulistanos e à sociedade brasileira pelo acolhimento dado aos imigrantes japoneses”, explica Roberto Yoshihiro Nishio, presidente da fundação, fundada em 1998 com o objetivo de contribuir para a integração entre Brasil e Japão, apoiando, preservando e promovendo causas humanitárias, bens culturais e sociais.  

A ideia inicial era inaugurar o parque para celebrar os 100 anos da imigração, em 2008, mas levou cerca de sete anos (de 2005, quando surgiu a ideia, até 2012) para obter todas as certificações necessárias, ambientais e sociais, com a parceira da Fundação Vanzolini. Inaugura agora, nos 110 anos da Imigração Japonesa.

Além de desfrutar do convívio mais próximo com a natureza, o objetivo do projeto é de que todos compreendam melhor a importância da preservação do meio ambiente. Não só pela natureza em si, mas também pelas características sustentáveis do projeto no qual a fundação investiu R$ 14 milhões.

Além da acessibilidadecadeirantes, idosos, crianças, bebês, grávidas e demais pessoas com mobilidade reduzida – e muito seguro, o parque emprega moradores da região (a fundação também investiu em capacitação para tornar isso possível) e atende a diversas exigências ambientais, como a mitigação dos impactos da obra e de sua manutenção, a escolha do material das passarelas, resultado da reciclagem e da reutilização (mistura resíduos de garrafas pet, madeira e restos de obras), o reúso da água e a adoção de energias renováveis para atender o parque, como a forca do vento (energia eólica) e a luz do sol (energia solar, abaixo).

Por enquanto, essas energias contam com apenas uma torre, mas o projeto prevê mais quatro. Todas produzidas com aço reciclado, sem processo de soldagem, para evitar grande impacto: a construção foi feita por encaixes e parafusos.

A intenção da fundação é transformar o parque num centro de referência para estudos da fauna e da flora da Mata Atlântica, voltados à educação ambiental.

Agora, assista a dois vídeos produzidos pelo parque, para entender um pouco mais sua dimensão e objetivos da fundação:

 

Fotos: Reproduções de vídeos

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