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Nos campos rupestres da Serra do Espinhaço pesquisadores encontram nova espécie de planta, da família da azeitona

Nos campos rupestres da Serra do Espinhaço pesquisadores encontram nova espécie de planta, da família da azeitona

“Considero a descoberta dessa espécie como um presente da cidade de Monte Azul, pois em minha primeira visita à cidade, foi justamente a primeira planta que encontrei. A princípio eu não sabia o que era pois não consegui relacionar com nada conhecido, o que já me deixou em alerta”, contou Danilo Alvarenga Zavatin, botânico e pesquisador do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP).

Zavatin se refere a uma nova espécie de planta descoberta em região de campos rupestres, na Serra do Espinhaço, ao norte de Minas Gerais, mais especificamente na região do município de Monte Azul. Por isso mesmo, os pesquisadores responsáveis pela sua descrição a batizaram de Chionanthus monteazulensis.

A planta foi encontrada em afloramentos rochosos da vegetação de campo rupestre, em uma área de elevação entre 1.165 e 1.550 metros. Ela pertence ao gênero Chionanthus (Oleaceae), que tem cerca de 60 espécies descritas pelo mundo, e 20 delas, na América do Sul.

Com cálices muito pequenos, corolas com quatro lobos e pétalas em pares, a espécie de Monte Azul apresenta um fruto com características morfológicas semelhantes às da azeitona tradicional.

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Serra do Espinhaço é uma cadeia montanhosa que se estende pelos estados de Minas Gerais e Bahia e sua vegetação, chamada de campos rupestres, apresenta uma alta diversidade de espécies de plantas, a maior parte delas endêmica, ou seja, que ocorre exclusivamente naquela região e em nenhum outro lugar do mundo, como é o caso da Chionanthus monteazulensis.

A descoberta dela se deu durante uma expedição científica com a participação de vários biólogos botânicos, que estavam estudando a biodiversidade dos campos rupestres.

“A descoberta da Chionanthus monteazulensis é uma contribuição significativa para a ciência botânica brasileira e destaca a importância da pesquisa e conservação da biodiversidade na região do Espinhaço Mineiro, além de reforçar ainda mais o importante papel desenvolvido pelos Planos de Ação Territoriais para conservação de espécies ameaçadas de extinção. Novas expedições e estudos são necessários para desvendar os mistérios da flora brasileira e proteger os ecossistemas únicos que abrigam essas espécies valiosas”, ressalta o pesquisador Renato Ramos.

Os detalhes da nova planta, que é da mesma família da azeitona
(Imagem: Danilo Zavatin)

*Com informações e entrevistas contidas na reportagem da Agência Minas

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Foto de abertura: Danilo Zavatin

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