Os navios são um dos mais emblemáticos símbolos da organização ambiental Greenpeace. A entidade internacional, que luta no mundo inteiro, pela proteção do planeta, é conhecida por suas ações contra a atividade de empresas que causam impacto na natureza e nos seres vivos – plantas, homens e animais.
Em muitas destas ações espetaculares, como por exemplo, tentar impedir a caça de baleias no Japão ou a extração de óleo no Ártico, os navios do Greenpeace sempre estiveram presentes. O mais conhecido de todos, certamente, foi o Rainbow Warrior, já aposentado (leia sua história mais abaixo).
Em trabalho no Brasil, foi o navio Esperanza que ajudou a revelar as primeiras imagens dos corais da Amazônia. Recentemente, foi descoberto que o chamado Sistema de Corais da Grande Amazônia é seis vezes maior do que acreditava-se, tendo cerca de 56 mil km2, e sua profundidade também é maior do que o estimado em 2017.
Pois para quem deseja conhecer o navio por dentro e ter mais informações sobre o trabalho desta organização não-governamental, uma boa notícia. O Esperanza acaba de retornar de mais uma expedição científica na costa brasileira e da Guiana Francesa, por isso, nos próximos dias 19 e 20 de maio (sábado e domingo), estará atracado no Porto de Belém, no Pará.
A visitação ao barco acontecerá entre 9h e 16h e pode ser agendada online.
A história do Rainbow Warrior
No ano passado, o Rio de Janeiro também recebeu a visita de um navio do Greenpeace. Era o Rainbow Warrior III. Ele foi construído especialmente para ser um barco de campanhas, em 2011.
O primeiro Guerreiro do Arco-Íris era um velho barco pesqueiro de arrasto inglês, da década de 50, adquirido pela organização em 1978. Mas um atentado com bombas, na França, antes de um teste nuclear, o afundou em 1985. Hoje, a carcaça da embarcação descansa no fundo de uma baía, na Nova Zelândia, cercado pela vida que tanto defendeu e transformado em um recife artificial.
Em 1989, o Greenpeace comprou um segundo navio, que viajou pelos cinco oceanos, participando de inúmeras manifestações pelo planeta, até 2011. O Rainbow Warrior II foi doado para uma ONG de Bangladesh para ser usado como navio-hospital.
E qual a inspiração para o nome Rainbow Warrior? Quem conta é o jornalista Rodrigo Gerhardt, do Greenpeace Brasil.
Durante a primeira viagem dos fundadores do Greenpeace, o jornalista canadense Robert Hunter leu um livro sobre mitos e lendas indígenas. Um trecho impressionou a tripulação: ele narrava a previsão feita 200 anos antes por uma velha índia Cree, da América do Norte, chamada Olhos de Fogo, sobre o futuro do planeta:
“Um dia a terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos nas correntezas dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar ao homem branco a reverência sagrada pela Terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-Íris.”
O Rainbow Warrior III no Rio de Janeiro
Fotos: divulgação Greenpeace