Considerada ‘em perigo’ pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) desde 2015, esta espécie rara – hipopótamo-pigmeu ou Choeropsis liberiensis(do grego khoiros, porco; opsis, parecido com; e liberiensis, relativo a Libéria) – vem decrescendo na África Ocidental, especialmente na Libéria, devido à perda de habitat.
Em 1993, de acordo com a IUCN e a ZSL – Zoological Society of London, havia apenas 2 mil a 3 mil hipopótamos pigmeus livres na natureza, a maioria na Libéria. A menor população estava em Serra Leoa: 100. E esses números foram decrescendo.
Por isso, o nascimento de um hipopótamo-pigmeu no Parque Zoológico Attica, em Athenas, na Grécia, em 19 de fevereiro, está sendo tão festejado por conservacionistas e pela instituição.
Filhote do casal Lizzie e Jamal – únicos da espécie no Attica -, nasceu com 6,9 kg e, esta semana, pesava 7 kg. Ele ainda não foi batizado porque seu nome será decidido em votação, que certamente contará com a participação do público.
Além de ser uma espécie rara, trata-se do primeiro nascimento do ano e do primeiro hipopótamo pigmeu em dez anos no zoológico, e, além de tudo, é um macho!
Um dos grandes motivos pelos quais a reprodução em cativeiro dessa espécie tem sido complicada é a falta de machos. Vale destacar que, desde 1919, apenas 41% dos hipopótamos pigmeus nascidos em zoológicos eram machos.
“A equipe ficou absolutamente emocionada porque o bebê é um menino”, declarou Noi Psaroudaki, veterinária de vida selvagem do zoo, em relatório divulgado na quarta-feira (20).
“Cada nascimento de hipopótamos-pigmeus em cativeiro é extremamente importante. Mas este é ainda mais especial e estamos muito felizes por podermos ver este bebê crescer e se tornar um hipopótamo adulto saudável e, esperançosamente, um dia se reproduzir”, acrescentou.
E essa possibilidade dá esperança para que, um dia, os indivíduos reproduzidos em cativeiro possam ajudar a repovoar seus habitats originais.
O bebê hipopótamo pigmeu permanecerá com sua mãe pelos próximos meses antes de poder explorar o recinto ao ar livre.
No final deste post, assista ao vídeo produzido pelo canal NBC News em que o bebê aparece no recinto caminhando, observado pelas veterinárias que também o oscultam, e ao lado da mãe.
A espécie
O hipopótamo-pigmeu é um mamífero nativo de pântanos e florestas tropicais, que habita o oeste da África, majoritariamente na Libéria, mas também na Nigéria, Serra Leoa, Guiné e Costa do Marfim.
Muito menores que os hipopótamos comuns (Hippopotamus amphibius), atingem cerca de um 1,5 metro de comprimento, aproximadamente 1 metro de altura e pesam, no máximo, 300 quilos. Os machos tendem a ser ligeiramente maiores que as fêmeas.
Seu corpo quase não possui pelos, com exceção de algumas cerdas nos lábios e na cauda.
O comportamento do pigmeu se diferencia do comum de muitos modos: enquanto o segundo é gregário, o primeiro vive solitário ou em pequenos grupos, tipicamente aos pares ou, então, a fêmea e seu filhote.
Tem hábitos noturnos e furtivos, por isso, raramente é visto pela população local e não é alvo de caçadores de subsistência. O leopardo é seu único predador natural.
É herbívoro, alimentando-se principalmente de brotos, folhas-largas e frutos que encontra no chão das florestas, durante o crepúsculo e à noite, seguindo trilhas abertas na vegetação densa, onde pode passar até seis horas forrageando.
Como já comentei, a espécie está em perigo de extinção devido à perda de habitat ocasionada por desmatamento – devido à ocupação humana e à agricultura – ou por guerras civis.
Com a redução das florestas, as populações tornam-se mais fragmentadas, o que leva à perda da diversidade genética no grupo de reprodutores.
A seguir, assista ao vídeo no qual as veterinárias oscultam e observam o filhote no recinto que ele divide com a mãe. Depois, assista ao vídeo publicado no Instagram do Zoo Attica, que mostra momentos antes do nascimento do bebê e a celebração da equipe de veterinários.
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Foto: Parque Zoológico Attica/divulgação
Com informações do Parque Zoológico Attica e Reuters