Olhando rapidamente, a impressão que se tem é que as protagonistas desta foto são árvores frondosas iluminadas pelo sol. No entanto, ao observar com mais cuidado, é possível ver milhões de borboletas-monarcas (Danaus plexippus), que se amontoam em um dos famosos locais de inverno do México, florestas temperadas e de alta altitude, nas montanhas de Sierra Madre.
O fotógrafo e documentarista espanhol Jaime Rojo – que é National Geographic Explorer e trabalha em prol da conservação da natureza selvagem – capturou esta cena do pôr do sol na Reserva da Biosfera da Borboleta Monarca de Michoacan, que é Patrimônio Mundial da UNESCO e o local de inverno anual favorito das icônicas borboletas.
Ele deu o nome de A Floresta dos Monarcas à obra, que levou o grande prêmio do concurso fotográfico Big Picture 2024, e serve tanto como uma representação impressionante da migração épica da monarca quanto como um lembrete visual da estreita simbiose entre essas borboletas e os abetos oyamel dos quais elas dependem para sobreviver. Neles, elas se aconchegam para gerar calor e conservar energia à medida que as temperaturas caem.
“Elas estão dormindo, agarradas em grupos, cansadas depois de terem feito a migração do Canadá e dos Estados Unidos ao México (cerca de 3 mil milhas ou 4.528 km). E fazem da reserva seu lar até a primavera: durante sua estada, descansam, reproduzem-se e se preparam para a longa viagem de volta”, conta o site do concurso.
O ciclo dura oito meses e estima-se que, nesse período, cinco gerações destas lindas borboletas nascem e morrem. “Em contraste com a enormidade das monarcas nesta imagem, na realidade, paisagens como esta podem tornar-se potencialmente raras no futuro”, alertam os organizadores do concurso. “Isto deve-se inteiramente às realidades das alterações climáticas, da desflorestação e da exposição a pesticidas, incluindo uma perda geral da planta serralha, a única na qual o Monarca põe os seus ovos”.
No entanto, nem tudo está perdido pois muitas organizações nos Estados Unidos e no México estão se mobilizando para salvar este incrível esforço migratório, com números promissores levando a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) a classificar este comportamento como vulnerável em oposição a em perigo, sua classificação anterior.
O concurso
Este é o 11º ano do concurso BigPicture Natural World Photography da Academia de Ciências da Califórnia. Julgadas por um conceituado painel de especialistas em fotografia de natureza e conservação, o júri é presidido por Suzi Eszterhas, fotógrafa da vida selvagem.
A intenção dos organizadores é inspirar leitores do site e seguidores nas redes “a valorizar e proteger a notável diversidade da vida na Terra”.
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Imagem (destaque): Jaime Rojo
Com informações do Big Picture e do Smithsonian Magazine