“Quero falar com você que, como eu, tem acesso aos meios de comunicação de massa. A situação que estamos vivendo é dramática. Não se omita! Ajuda a gente a convencer as pessoas de que é preciso usar máscara, lavar as mãos e evitar aglomerações em lugares fechados”.
Foi assim que o Dr. Drauzio Varella se dirigiu a todos os brasileiros que têm grande influência nas redes sociais para que se aliem aos médicos e ajudem a conter a transmissão da doença que já matou 301.087 pessoas e contaminou 12.227.179 (dados divulgados pelo Consórcio de Veículos de Imprensa no final da tarde de 24 de março).
Sua declaração faz parte da campanha ‘Cancele a Covid, antes que ela cancele você!‘, lançada hoje com videos que reúnem diversos apelos gravados por lideranças médicas, entre pesquisadores e profissionais que trabalham na linha de frente em hospitais como Clínicas e Albert Einstein e instituições como USP.
No perfil da campanha no Instagram, eles dizem:
“O colapso é real, não temos nenhuma outra solução neste momento a não ser nos cuidar e conscientizar quem ainda não entendeu o CAOS que estamos vivendo!!! ESCUTEM A CIÊNCIA E OS MÉDICOS!!! Tem muita gente que não pode fazer nada disso, então, nossa resposta é dobrada!!!”.
“Chegamos no limite!”
Com esse apelo, os médicos querem sensibilizar influenciadores digitais e formadores de opinião – blogueiros, artistas, músicos, apresentadores e youtubers – que, por meio de seus espaços na internet influenciam seus fãs.
Por isso “exploram” a linguagem usual de youtubers: o cancelamento, quando querem falar de alguém que foi deletado ou bloqueado.
“Hoje, eu quero me dirigir à você que consegue conversar com o grande público, você que pode levar uma mensagem absolutamente firme sobre esta pandemia. É hora de acabar com essa pandemia. E para isso eu preciso de vc!”, apelou Linamara Rizzo Batistella, professora titular de medicina da USP.
Em seu depoimento para sensibilizar os comunicadores, o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, declarou:
“Nós, médicos, estaremos sempre disponíveis pra ajudar. E ajudaremos, mas não trazemos a solução porque não a temos. A solução para a covid-19 não está em nossas mãos, mas nas mãos de 210 milhoes de brasileiros. Conte conosco! Nós contamos com vcs. Cancele a Covid 19!“.
Para David Uip, “não dá mais!“. O infectologista atua na linha de frente desde o início da pandemia e assessorou o Ministério da Saúde na gestão de Luiz Henrique Mandetta, tendo sido um dos primeiros profissionais de saúde a se contaminar com o coronavírus.
O médico destacou a exaustão dos profissionais – “estamos sobrecarregados”- e alertou para a inexistência de vagas nos hospitais públicos e privados.
“Mesmo que consigamos aumentar o número de leitos, é difícil montar equipes. Chegamos no limite! Nos ajude a divulgar lavagem de mãos, distanciamento social e uso de máscara”.
E José Osmar Medina, superintendente do Hospital do Rim, completa: “Usar máscara é uma barreira mecânica que impede o vírus de passar de uma pessoa para outra. Use!”.
Medidas básicas
Sem vacina suficiente para todos – e sem o apoio do governo, que adotou o negacionismo também na gestão da pandemia – o melhor jeito de evitar o contágio é seguir as medidas de proteção básicas e essenciais divulgadas pela OMS.
Por isso, o que eles pedem aos bons comunicadores é muito simples: que divulguem, incansavelmente, a necessidade de usar máscara, lavar as mãos ou usar álcool em gel na falta de acesso à água, respeitar o distanciamento – evitando aglomerações – e, sempre que possível, ficar em casa.
Em um cenário normal, no qual o governo trabalha para o povo e procura administrar crises da melhor maneira possível, essa seria uma atribuição do poder público – nas esferas federal, estadual e municipal.
Mas, como essa não é a nossa realidade e não existe a menor perspectiva de que a situação melhore nesta administração – os especialistas preveem mais de 5 mil mortos por dia em abril! – e a rede hospitalar pública e privada está em colapso, agora é com a gente!
Todos precisam ser transformados em disseminadores dessas medidas, todos os dias, como se fossem mantras. Repetir, repetir, repetir repetir…
Adesão inicial
A resposta imediata de alguns influenciadores foi republicar os posts de hospitais como o das Clínicas e Albert Einstein, de São Paulo, como fizeram as atrizes Maria Ribeiro e Andréa Beltrão, a escritora e roteirista Tati Bernardi e a cantora e apresentadora Preta Gil.
Outros, como os apresentadores Astride Fontenelle e Marcos Mion e a cantora Luíza Possi gravaram vídeos comentando a campanha e destacando as medidas sanitárias.
Além do vídeo publicado em suas stories, Astrid também fez um cartaz e uma foto para dar seu recado num post em sua timeline, resgatando uma frase inesquecível de Martin Luther King: “Sempre é hora de fazer o que é certo”. E escreveu assim:
“A hora é de fazer o certo, e o certo no combate à pandemia é evitar aglomerações, festas/jantares nem pensar; ao sair usar máscaras corretamente; e higienizar as mãos com água e sabão. É inadmissível contabilizar tantas mortes e mais as mortes por falta de atendimento”.
E acrescentou: “A vacina será a solução, mas até termos uma boa quantidade de pessoas imunizadas, precisamos fazer o que nos cabe. Se puder, fique em casa. Blogueirinhas, o look agora é moleton!!”.
Xuxa Meneghel gravou um depoimento verdadeiro e emocionante como se fosse dela e explicou a campanha.
Procurei por outros famosos como o you tuber ativista Felipe Neto, o apresentador Luciano Hulk, o influenciador Victor di Castro e o ator Thiago Lacerda – senti falta de homens na campanha – e, como nada encontrei em suas páginas, deixei um pedido carinhoso para que adiram ao apelo dos médicos.
Essa é também uma forma de ajudar a divulgar a campanha e as medidas sanitárias. E não se trata de cobrar ou pressionar, mas de convidar os comunicadores influentes que você conhece a aderirem a este movimento tão bacana e humanitário.
Como disse, outro dia, o neurocientista Miguel Nicolelis, estamos passando por uma crise sanitária sem precedentes. Se chegarmos a uma crise funerária, aí, sim, será o caos completo!
Influenciador digital, eu?
Com o advento das redes sociais, algumas pessoas acabaram se tornando influenciadoras também, não como os que atingem o grande público, claro, mas entre todos que as seguem.
Portanto, se você é o tipo que publica posts opinativos – e que tem o cuidado de não disseminar fake news – sinta-se convidado a aderir à campanha #CanceleACovid.
Todo o apoio é bem vindo para ajudar a neutralizar a onda de negacionismo e de mentiras e a combater o vírus, que está cada vez mais veloz.
Neste momento, melhor deixar os desafetos de lado e focar no cancelamento da Covid, concorda? Vamos nessa, com a gente?
Agora, assista aos dois vídeos que integram a campanha Cancele a Covid antes que ela cancele você!
Foto: Montagem com retratos reproduzidos do Instagram
Vamos conseguir, vcs são a principal fonte de sobrepor e prevalecer coerencia.
A gente sabe. A gente sofre com a classe médica, compreensivelmente desesperada ante o colapso nos hospitais,colapso este totalmente previsível, anunciado, proclamado e esperado. Não é surpresa, esse caos. Os “bons comunicadores” estão carecas de expor, com detalhes técnicos e/ou emocionais, todas as etapas deste inferno de cada dia no Planeta. A mídia tem enfatizado, com veemência e rigor, as medidas sanitárias indispensáveis para evitar contágio e disseminação do vírus, há um ano, incansável e absolutamente transparente em seus relatórios dolorosos, mas reais, da guerra em que todos estão combatendo, inclusive os sobreviventes. Até mesmo as crianças sabem do perigo e da necessidade de evitar o vírus, como o bicho papão que, literalmente, é. Ninguém desconhece o valor dos “bons comunicadores”, repetitivos até à saturação, quanto à profilaxia sanitária adequada, porta vozes responsáveis e engajados no combate em favor da vida de todos. Não é por falta de informação que o vírus fugiu do controle. No entanto, um “grupo do mal” enaltece o contrário e isso incentiva os irresponsáveis a continuar na irresponsabilidade, geralmente jovens, a se reunir para beber, conversar, abraçar e beijar, alienados que são e preferem ser, indiferentes ao fato de que podem morrer ou causar mortes. Nada mais a acrescentar através dos “bons comunicadores”, anjos do Bem, a favor da Vida mas, infelizmente, os que não se importam, continuarão não se importando, se reunindo em baladas, em festinhas clandestinas, burlando a lei que os quer proteger de si mesmos, mas eles reagem contra, enquanto, em casa, avós choram por eles, desfiando um rosário para o santo protetor livrar os seus amados netinhos de todo o mal. É isso, gente boa. É isso.