Um novo material feito com camadas microscópicas de cobalto é capaz de converter dióxido de carbono (CO2) em formiato (CHOO-), um combustível que pode ser queimado sem gerar subprodutos tóxicos. Ou seja, a invenção pode ser utilizada como fonte de energia limpa e, de quebra, ajudar a capturar as mais de 36 gigatoneladas de CO2 que lançamos na atmosfera todos os anos graças à queima de combustíveis fósseis, como petróleo e carvão. Uma tecnologia muito bem-vinda!
Para chegar a este novo material, cientistas do Hefei National Laboratory for Physical Sciences, na China, passaram décadas estudando uma forma eficiente de transformar CO2 em algo útil. Até agora, os testes realizados com o material se mostraram os resultados mais promissores para este fim. O estudo que descreve o funcionamento do material foi publicado, na última semana, pelos cientistas chineses na revista Nature.
O material tem apenas quatro átomos de espessura, e é composto de camadas ultra-finas de cobalto metal puro e um mix de óxido de cobalto-cobalto metal. Quando submetido ao processo de eletrorredução, que envolve a alimentação de uma pequena corrente elétrica por meio do material para alterar a estrutura molecular do CO2 para CHOO- no interior do dispositivo, produz combustível limpo.
Se produzido para uma aplicação mais ampla, o material dos cientistas chineses poderia transformar usinas de energia comuns, que usam combustíveis fósseis e emitem CO2, em uma usina de energia dupla. Isto é, depois do primeiro estágio de produção de energia, o novo material transformaria o CO2 emitido em uma nova fonte de energia limpa.
O próximo passo é demonstrar como o novo material pode ser utilizado comercialmente para que a humanidade possa começar a usar a tecnologia para capturar e transformar o CO2 que flutua na nossa atmosfera em combustível limpo. Precisamos disso!
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