Esta é uma tradição ancestral, que já tem mais mil anos entre os moradores das Ilhas Faroe, ao norte da Escócia. O arquipélago, que tem governo independente, fica entre a Islândia e a Noruega, mas pertence ao reino da Dinamarca.
Todavia, a cada vez que ela acontece, choca o mundo inteiro e provoca revolta entre ambientalistas e organizações de proteção aos animais. E foi exatamente o que aconteceu, mais uma vez, há duas semanas, em Sandavágur, ao oeste da ilha de Vágar. O mar virou vermelho depois que dezenas de baleias-pilotos (Globicephala) foram mortas no local.
A tradição chamada de grindadráp, ou simplesmente grind, consiste no encurralamento de baleias e golfinhos em uma baía e a posterior matança dos cetáceos. Eles são levados até ali por barcos, e quando encalham na água de pouca profundidade, são facilmente mortos com facões. Geralmente é feito um corte no pescoço e depois, na coluna cervical.
As “regras” para a matança determinam que a morte da baleia deve ser rápida e sem sofrimento. Os envolvidos na prática precisam fazer curso e ter uma licença.
Segundo a população local, a tradição promove a cultura e o senso de comunidade entre os moradores e também, fornece alimento (a carne da baleia), que é estocado durante vários meses.
Um artigo publicado, em 2013, pela Society & Nature Resources, estimou que anualmente, cerca de 840 baleias e 75 golfinhos são mortos durante a grindadráp.
Os moradores das Ilhas Faroe alegam que a população de baleias-piloto no Atlântico Norte é de 778 mil indivíduos e “apenas” 100 mil vivem na região do arquipélago. Segundo a associação que organiza o grindadráp, a chacina seria uma atividade sustentável.
As imagens que ilustram este post foram feitas pelo estudante Alastair Ward, que as reproduziu no Twitter. A organização Blue Planet Society reagiu logo em seguida, nas redes sociais, afirmando que “A tradição é arcaica e o país precisa se juntar ao século 21”. E escreveu ainda: “Estas pessoas não têm respeito, empatia e nem necessidade (pela carne da baleia). Isso é diversão para eles”.
*Com informações da National Geographic e da CNN Environment
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Fotos: reprodução Twitter Alastair Ward
Não percebo o porquê desta atrocidade à vida animal e nem percebo porque não travam esta barbaridade, um coração com bondade jamais faria isto devem ser pessoas muito desprovidas de amor. Uma pessoa normal ao ver isto fica traumatizada.