Ninhos da abelha nativa mamangava devem estar disponíveis nos próximos meses para venda a produtores de maracujá. Quando presente na plantação, esta abelha aumenta o número de frutos nos maracujazeiros por meio da polinização.
Os insetos estão sendo produzidos ainda em escala-piloto por uma empresa de São Paulo, que iniciou as atividades em 2013, com o objetivo de produzir e vender ninhos de mamangava da espécie do gênero Xylocopa.
O projeto Criação de abelhas solitárias da espécie Xylocopa frontalis (Olivier) em ambiente protegido e em escala comercial para sua utilização na polinização de maracujá e outras culturas de interesse econômico foi desenvolvido no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.
“Em vários países, as pessoas e os governos estão se mobilizando para aumentar a presença de polinizadores, essenciais na cadeia produtiva agrícola, que muitas vezes são afetados com o uso intensivo de inseticidas na lavoura”, explica a zootecnista Paola Marchi, fundadora da Florilegus.
“O Brasil, por exemplo, é um dos maiores produtores de maracujá e a presença das abelhas de grande porte, como as mamangavas, é essencial porque as flores não polinizadas não geram frutos. Essas abelhas estão cada vez mais escassas nos cultivos e existe uma demanda crescente pelos serviços de polinização”, diz.
Os produtores poderão adquirir ninhos contendo os insetos recém-emergidos, que poderão ser liberados nos cultivos em florescimento. “A quantidade adequada por área e o tempo indicado de permanência nas plantações ainda estão sendo ajustados”, conta Paola.
O que se sabe é que a mamangava frequentemente reutiliza seus ninhos antigos e, por isso, pode permanecer nas áreas cultivadas com maracujá por várias gerações. Mas para isso é necessário que haja condições adequadas para sua sobrevivência, como a existência de outras plantas das quais elas possam coletar o pólen, fonte de proteína, porque as flores de maracujá fornecem a ela apenas o néctar, que é a fonte de energia.
Para desenvolver a tecnologia de criação das mamangavas, a pesquisadora estuda aspectos reprodutivos desses insetos, como a capacidade das fêmeas em gerar descendentes. “Além disso, o armazenamento e o período de incubação de indivíduos imaturos estão sendo testados com diferentes temperaturas para prever e manipular o surgimento das mamangavas”, diz Paola. “Estamos desenvolvendo e aperfeiçoando técnicas para multiplicar os ninhos, como também seu transporte e instalação nos cultivos.”
Leia a reportagem completa na Revista Fapesp.
*Texto publicado originalmente por Evanildo da Silveira no site da Agência Fapesp de Notícias.
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Pensei q fosse um besouro destruidor..mas percebi q meus pés de maracujá aumentaram a produção depois do aparecimento delas. São incríveis
No meu quintal tem um pé de maracujá, e elas aparecem sempre e fazem a polinização! Fiquei encantada! como a natureza nos surpreende.
Onde ficam os mamangabas no período de inverno, nos seus ninhos? “hibernação”?
Meu pé de maracujá da varias flores e tem varias mamangava mais não da fruto