PUBLICIDADE

Mais de 40 mil palestinos foram mortos em Gaza e ONU faz apelo pelo fim dos ataques de Israel

Mais de 40 mil palestinos foram mortos em Gaza e ONU faz apelo pelo fim dos ataques de Israel

Desde o início dos ataques das forças israelenses à Faixa de Gaza, há dez meses (numa reação desproporcional à ofensiva do grupo terrorista Hamas no território daquele país, sem qualquer impedimento), mais de 40 mil palestinos foram mortos, segundo dados divulgados por integrantes do Hamas e do Ministério da Saúde de Gaza, pouco antes do início de negociações em Doha para um cessar-fogo, esta semana.

De acordo com o jornal israelense Haaretz, o número divulgado pela autoridade palestina de saúde contempla informações repassadas por famílias de vítimas e pode aumentar, levando-se em conta que de há muitos registros de desaparecidos (muitas pessoas sob os escombros que se estendem por toda a Faixa de Gaza). 

De forma recorrente, o exército de Israel questiona os dados apresentados pelo Ministério da Saúde de Gaza, e afirma que uma grande parte dos mortos no território palestino é de integrantes de grupos como o Hamas e a Jihad Islâmica

Foi o que garantiu, em declaração pública, o principal porta-voz do exército, Daniel Hagari, recentemente. “As nossas forças continuam lutando em Gaza (…). Eliminamos mais de 17 mil terroristas até agora”. 

PUBLICIDADE

As forças israelenses dizem que o número final apresentado pelo Hamas não é confiável porque não faz distinção “entre terroristas e civis”, além de não detalhar a quantidade de pessoas que morreram por ataques de grupos palestinos, que falham e detonam antes de atingir Israel.

A julgar pelo comportamento de Israel desde o início dos ataques a Gaza, é difícil acreditar no que dizem o porta-voz, Benjamin Netanyahu e os soldados. Há diversos exemplos de afirmações feitas pelo país que nunca foram provadas como, por exemplo, a acusação de que 12 membros da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos) teriam participado do ataque de Hamas a Israel em 7 de outubro.

Netanyahu e seu governo nunca provaram isso, mas conseguiram desestabilizar o órgão da ONU que, devido à sua acusação, perdeu doações de diversos países. E este é apenas um exemplo.

A nota emitida pela ONU, em Genebra, destaca também que, todos os dias, cerca de 130 palestinos são assassinados em Gaza, – cerca de 70%, mulheres, jovens e crianças (dados do Ministério da Saúde).

Mais de 40 mil palestinos foram mortos em Gaza e ONU faz apelo pelo fim dos ataques de Israel
Os deslocamentos de palestinos na Faixa de Gaza tornaram-se rotina, mas a impressão é de
que eles fogem da morte para a morte porque Israel tem atacado, diariamente, acampamentos de refugiados

e outros lugares chamados de “seguros” pelos soldados
Foto: UNRWA

“Regras de guerra”

Para Volker Turk, alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a escala da destruição de casas, hospitais, escolas e locais de culto pelo exército israelense é “profundamente chocante”. 

Em seu pronunciamento, ele retrata como uma “situação inimaginável que se deve de forma indiscutível às falhas recorrentes das Forças de Defesa de Israel em cumprir as regras da guerra”. 

Turk destaca que o direito internacional humanitário é muito claro sobre a importância primordial daproteção de civis, suas propriedades e infraestruturas. E Israel tem agido exatamente na contramão dessa norma. 

A ONU confirma ter documentado violações graves desse conjunto de normas tanto pelo exército israelense quanto por grupos armados palestinos, incluindo o braço armado do Hamas.

Cessar-fogo imediato

Com base nesse cenário, Turk pede que, “à medida que o mundo reflete e considera sua incapacidade de impedir esta matança, todas as partes concordem com um cessar-fogo imediato, deponham suas armas e parem com este tipo de atos”. 

Há meses, esforços empreendidos por representantes dos EUA, Catar, Egito e Israel nesse sentido parecem em vão visto que Israel se nega, veementemente, a parar. 

E os EUA continua alimentando os soldados de Netanyahu com armas altamente poderosas e tecnológicas, como as que atingiram a escola Tabeen, no centro de Gaza, esta semana e despedaçaram corpos. Especialistas disseram que se tratam de bombas capazes de fatiar os alvos, além de queimá-los e derretê-los. 

O alto comissário exigiu, ainda, que reféns e palestinos detidos de forma arbitrária sejam libertados e “acabe a ocupação ilegal por parte de Israel”. 

Outro pedido feito por Turk é a implementação da solução de dois Estados acordada internacionalmente. O que parece impossível, neste momento. 

Por outro lado, a UNRWA – United Nations Relief and Works Agency for Palestine Refugees in the Near East (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos), apresentou uma fonte de água recuperada em Khan Younis, vários meses após ter sido completamente destruída pelas operações militares em Gaza. Agora, o local serve como a maior fonte do recurso para deslocados na área.

Dignidade: ainda possível em Gaza?

Em declaração nas redes sociais, Philippe Lazzarini, comissário-geral da UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos), declarou que um cessar-fogo poderá restaurar um pouco da dignidade para cada menina e mulher de Gaza.

Mais de 40 mil palestinos foram mortos em Gaza e ONU faz apelo pelo fim dos ataques de Israel
Família palestina se desloca em meio aos escombros
Foto: Ashraf Amra/UNRWA

O especialista destaca que, desde o início do conflito, “elas frequentemente passam meses sem tomar banho e por vários ciclos menstruais sem se lavar”.

Também como efeito da ‘guerra’, as habitantes de Gaza cortam seus cabelos, deixando-os bem curtos devido à falta de água, xampu e pentes, que levam à proliferação de piolhos. Elas também usam o mesmo lenço na cabeça há dez meses.

Lazzarini ainda conta que vítimas relatam que “não se sentem seguras, não têm privacidade ou dignidade em abrigos superlotados e locais de deslocamento e deixam de ir ao banheiro e, portanto, evitam comer ou beber água [quando há disponibilidade]”.
_______

Acompanhe o Conexão Planeta também pelo WhatsApp. Acesse este link, inscreva-se, ative o sininho e receba as novidades direto no celular.

Foto (destaque): Ashraf Amra/UNRWA

Comentários
guest

0 Comentários
mais antigos
mais recentes Mais votado
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários
Notícias Relacionadas
Sobre o autor
PUBLICIDADE
Receba notícias por e-mail

Digite seu endereço eletrônico abaixo para receber notificações das novas publicações do Conexão Planeta.

  • PUBLICIDADE

    Mais lidas

    PUBLICIDADE