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Mais de 200 espécies marinhas morrem por causa de alga tóxica na Austrália

Mais de 200 espécies marinhas morrem por causa de alga tóxica na Austrália

Centenas de animais marinhos têm sido encontrados mortos em praias do sul da Austrália nas últimas semanas. A mortandade começou em meados de março, quando mais de 200 espécies diferentes – incluindo, inclusive tubarões e polvos -, apareceram sem vida na areia. Os primeiros relatos foram na Península de Fleurieu, mas depois se expandiram para o Golfo de St. Vincent, a Península de Yorke e a Ilha de Kangaroo Island.

Segundo especialistas, a causa é uma alga tóxica (Karenia mikimotoi), que sufoca os peixes pelas guelras, causando hemorragias e pode agir ainda como neurotoxina, atacando o sistema nervoso e o cérebro de animais marinhos.

De acordo com uma nota divulgada pela Autoridade de Proteção do Meio Ambiente da Austrália (EPA), a proliferação desse tipo de alga, por mais de 150 km, foi provocada pela elevada temperatura da água do mar. “O evento foi causado por uma onda de calor marinha em andamento, com temperaturas da água atualmente 2,5°C mais altas do que o normal, bem como condições marinhas relativamente calmas com pouco vento e pequenas ondas”, afirmou o órgão em um comunicado à imprensa.

Essa não é a primeira vez que o boom de uma alga tóxica resulta em uma tragédia ambiental na Austrália. Em 2013, a presença em massa de outra espécie, a Alexandrium catenella, também foi devastadora. Animais apareceram mortos por toda a costa da Tasmânia e durante quatro meses a indústria pesqueira não pode operar naquela área.

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Agora não se sabe ainda qual será o impacto de longo prazo da atual proliferação desses organismos, já que muitos dos animais mortos eram filhotes, juvenis e fêmeas. A organização não-governamental OzFish está acompanhando a situação e pedindo que a comunidade local tire fotos dos peixes e as compartilhe.

“Precisamos documentar quando e onde esses eventos ocorrem, bem como as espécies impactadas. A menos que as fotos sejam registradas em um banco de dados de acesso público, como o iNaturalist ou o Atlas of Living Australia, pode ser difícil analisar o passado para entender essas mortandades de peixes. Precisamos que essas informações sobre a ciência pesqueira sejam acessíveis a pesquisadores e grupos de conservação a longo prazo”, ressaltou Brad Martin, gerente de programas da OzFish para o sul da Austrália.

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Foto de abertura: divulgação OZFish

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