Ela virou uma sensação nas redes sociais há alguns meses. Pipocavam a todo momento vídeos e fotos da lontra marinha que atacava surfistas e mordia as pranchas na região da praia de Santa Cruz, no litoral norte da Califórnia.
A lontra era bem conhecida dos biólogos daquela área. 841, sua identidade para eles, possuia um rádio transmissor, já que tinha nascido em cativeiro, mas foi criada com a mãe e com o mínimo de contato humano para ser solta no mar. E foi o que aconteceu.
Até então, a fêmea de 5 anos nunca tinha demonstrado um comportamento agressivo antes. Mas em julho, após infernizar a vida de surfistas, equipes do U.S. Fish and Wildlife Service e do California Department of Fish and Wildlife (CDFW), agências estadual e federal responsáveis pela vida marinha, tentaram capturá-la por várias vezes. Nunca tiveram sucesso.
Agora, quase quatro meses depois, talvez a descoberta de porquê 841 estava tão arisca e na defensiva. Na época, inclusive, especialistas afirmaram que poderiam ser “surtos hormonais”.
Pois bem, a lontra marinha apareceu com uma linda novidade sobre suas costas: um filhote!
Mais do que nunca, agora é hora de deixar a nova mamãe tranquila e sem estresse, recomendam os biólogos do CDFW.
“Alimentar e cuidar de um filhote requer reservas energéticas significativas. Não equipadas com gordura como as baleias e focas, as lontras marinhas dependem de seu denso pelo e de sua taxa metabólica super-elevada para se manterem aquecidas”, explicam. “É por isso que é extremamente importante que as lontras marinhas conservem a sua energia e por isso são frequentemente avistadas descansando de costas na superfície da água quando não estão em busca de alimento – a sua sobrevivência e a sobrevivência dos seus filhotes depende disso”.
As lontras marinhas do sul (Enhydra lutris nereis) estão listadas como ameaçadas e são protegidas por lei pelo governo dos Estados Unidos. Esses animais marinhos desempenham um papel fundamental na saúde ecológica dos ecossistemas costeiros. Sua presença no oceano é importante para a biodiversidade, aumenta o sequestro de carbono por algas e ervas marinhas e torna o ecossistema mais resiliente aos efeitos das mudanças climáticas.
Foto de abertura: Laird Henkel / California Department of Fish and Wildlife